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Atualizado: 2 de abr.


O SXSW EDU, é o maior evento de inovação do mundo! Fizemos a cobertura completa do evento, direto de Austin, Texas, no início desse mês!

Vamos lá então à nossa seleção dos assuntos abordados no SXSW-EDU 2024, e que precisam estar no topo da lista de prioridades na educação de nossas crianças e adolescentes.

Lembrando que não estão em nenhuma ordem específica, todos tem igual grau de importância, seja na Escola ou nos lares onde estão as Famílias de nossos estudantes.


1.Tecnologia como recurso para a inclusão Em um mundo no qual a tecnologia faz parte da vida pessoal de educadores, pais, mães, crianças e adolescentes, é imprescindível o desenvolvimento de sistemas que favoreçam a aprendizagem sem barreiras, para todos. Cada estudante já pode ter suas necessidades específicas atendidas, respeitadas e ver barreiras derrubadas. A tecnologia é a ferramenta que pode ajudar nesse desafio. Nas inúmeras palestras e workshops abordando o tema, a tecnologia também foi trazida como recurso para ajudar na identificação de adolescentes neurodivergentes que possivelmente não tenham sido diagnosticados na infância e que, diante da falta de uma abordagem adequada, passam seus anos finais na escola sentindo-se menos capaz, e mais tarde, abandonam a escola ou desistem da faculdade, por não se acharem capazes de aprender ou sentirem que não pertencem ao ambiente escolar.


2. O caminho para que esse sonho se torne realidade é a formação de boas parcerias entre escola e empresas de tecnologia que entendam os desafios da educação. Encontrar uma linguagem comum entre educadores, programadores, família e alunos é o caminho a ser trilhado. Só assim a tecnologia pode entregar o potencial que tem, abrindo espaço para que o professor e o gestor escolar possam direcionar sua energia para aquilo que somente o ser humano pode fazer: garantir um ambiente acolhedor, no qual há respeito pelo ritmo de cada aluno e estímulo para que cada um desenvolva seu potencial pleno.


3. Diversidade: mais do que respeitar, precisamos encontrar caminhos para quebrar barreiras que geram sentimentos de exclusão para aqueles alunos que fogem do padrão. Garantir um ambiente em que todos se sintam pertencentes e respeitados será cada vez mais uma demanda, que vai gerar pressão e conflitos no ambiente escolar, a menos que possamos nos antecipar buscar formação para tratar a diversidade como assunto de todos: da escola, da família, dos alunos. Algumas iniciativas apresentadas abordam também a necessidade de ações de inclusão e acolhimento de profissionais cuja identidade de gênero ainda seja tabu dentro do ambiente educacional, abrindo assim espaço de fato para todos, com base na formação profissional e capacidade técnica para exercer a função de maneira plena. Muitas sessões trouxeram estratégias práticas para que as aulas dentro da escola possam abordar de forma leve e com alegria questões que tragam atenção e consciência da reponsabilidade que temo em falar e garantir formação que inclua a garantia da equidade racial, incluindo estudantes tradicionalmente marginalizados por questões de diversidade étnica, linguística, cultural ou por hábitos e costumes específicos.


4. Parceria Família-Escola: muitas pesquisas recentes trazendo resultados altamente impactantes para o envolvimento e aprendizado dos alunos, quando família e escola têm uma relação de parceria verdadeira. Comprovadamente, o envolvimento da família garante melhora na autoestima dos estudantes, no relacionamento social com colegas e professores, na capacidade de atingir seu potencial pleno no desenvolvimento de competências e habilidades para a vida. Além disso, as pesquisas revelam a necessidade do suporte e apoio com recursos que ajudem as famílias a encontrar caminhos para ajudar os filhos no momento dos estudos em casa. Os benefícios vêm para todos: alunos, professores, gestores, escola e comunidade.



5. Formação de cidadãos capazes de se comunicar plenamente em uma língua estrangeira: saber dizer as cores, identificar números de forma isolada ou ser capaz de nomear alguns objetos em inglês, que é a língua oficial na comunicação internacional, está longe de ser o mínimo que nossos estudantes precisam. E a que têm direito, quando pensamos na educação que forma para a vida. Especialmente para que possam construir o futuro que nossos alunos de hoje desejarem amanhã. A importância de entendermos que conhecer o vocabulário dos jogos ou dos assuntos de maior interesse em inglês não é nem de longe o suficiente, nem mesmo o mínimo necessário para viver e ser bem-sucedido em um mundo sem fronteiras voltou a ser assunto, depois de alguns anos em que não era tratado em grandes eventos da Educação. Um desafio ainda grande para nosso país, em que a formação do professor de Inglês deixa a comunicação em segundo plano, ainda colocando foco na gramática. Mais do que nunca, a escola precisará de bons parceiros para garantir que a geração atual de alunos não seja formada com essa lacuna enorme de aprendizado. Ser capaz de se comunicar em inglês é uma das competências fundamentais para a vida no mundo sem fronteiras.


6. Saúde mental do professor, do aluno (desde a Educação Infantil), da família no pós-pandemia: em diferentes sessões, a saúde mental de cada um desses atores da educação foi abordada, com foco especial na reflexão sobre o quanto estamos abrindo espaço para ouvir uns aos outros, permitindo assim que cada qual possa sentir que pode contar com alguém e não precisa esconder seus sentimentos de ansiedade, insegurança, sobrecarga e medo de não ser bom o suficiente. Chamou a atenção um painel em que alunos, que hoje estão na universidade, no final e no segundo ano do Ensino Médio falaram sobre como as memórias do período de isolamento voltam em momentos inesperados. E do quanto sentem que poderiam aprender melhor se pudessem expressar seus sentimentos sem receio de serem julgados. Um alerta para que as escolas e famílias abram espaço e criem um ambiente acolhedor para que esses estudantes possam se colocar. O caminho para essa abertura passa pelo cuidado da saúde mental dos adultos responsáveis, já que, se não estiverem bem, dificilmente conseguirão criar um ambiente que estimula a conversa mais difícil, o ouvir empático e a ajuda de os estudantes/filhos precisam.


7. Motivação e envolvimento do aluno a partir da mudança no papel do professor: a motivação dos estudantes para o aprendizado formal é um dos pontos de atenção, que vem mostrando queda acentuada, desde o advento da tecnologia na palma das mãos, e que se agravou a partir do período de isolamento e distanciamento da escola, durante a pandemia. Estudos comprovam a importância do envolvimento da família, valorização da educação e cultura de respeito ao professor como posturas essenciais para que o estudante possa desenvolver a motivação intrínseca para os estudos. Além desses pontos, precisamos investir em recursos e formação continuada para que o professor possa exercer um papel mais coerente com as necessidades e demandas para a formação dos estudantes que chegam à escola nos dias atuais. A mudança no papel do professor requer uma forte estrutura, na qual a parceria com a família e uma liderança ativa, com ferramentas e tempo suficiente para apoiar a transição da escola que ensina para a educação que estimula, acompanha, dá suporte e tutoria ao aluno, para que ele possa aprender. Não é pouco, diante da complexidade que nosso sistema educacional apresenta. Ainda assim, precisamos começar, dentro da escola, a discutir novos caminhos e implementar pequenas mudanças que geram um grande resultado na formação dos alunos e saúde mental de todos os envolvidos na comunidade escolar.


8. Crescente escassez de profissionais na Educação: como atrair as novas gerações e transformar o dia a dia de professores já experientes para tornar a profissão interessante? Estudos mostram como um professor sente cada fase da sua carreira. O resultado é desolador: em cada uma delas, o sentimento é de impotência e desespero. A sensação em cada fase é: inicialmente, estar sobrecarregado e solitário. Depois de alguns anos na profissão, o sentimento é de isolamento e incapacidade de dar conta de todas as demandas, gerando a falta de perspectiva e esperança de que exista uma forma para tornar mais leve e recompensador o trabalho que desgasta a saúde física e mental. A proposta para reverter esse quadro é transformar a carreira do professor, uma das únicas que continua a mesma, apesar de tanta tecnologia disponível, de novas visões sobre a importância da motivação para o trabalho e do cuidado com a saúde mental como forma de garantir um ambiente de trabalho mais estimulante e produtivo. Dentre as propostas apresentadas, estão mudanças capazes de gerar sentimento de eficácia e apoio por parte da liderança na escola ou divisão de ensino e tornar possível que o professor por direcionar seu foco para as necessidades específicas de cada aluno, gerando assim um sentimento de estar renovado a partir dos resultados positivos que consegue identificar no aprendizado dos alunos, nas relações dentro da escola e com as famílias. Para atingir esse objetivo, precisamos oferecer: possibilidade de escolha dentro da carreira, para que diferentes pessoas possam exercer seu papel de professor a partir de suas competências e habilidades específicas; ambiente acolhedor, com suporte para formação continuada e estrutura com recursos diversos e planos de carreira que tragam reconhecimento concreto e de curto prazo, estimulando a busca por formação continuada e novas estratégias para envolver alunos a partir de suas dificuldades e necessidades específicas. O resultado da reestruturação na carreira do professor é ganho financeiro competitivo e proporcional às demandas da função; carga de trabalho sustentável, com tempo para colaboração, reflexão sobre a prática e construção de relacionamentos saudáveis; suporte orientado ao crescimento, com formação profissional continuada dentro do período de trabalho.


9. Inteligência Artificial ou Educação Socioemocional: será que são pontos opostos, ou podem se complementar para a formação plena de nossos estudantes? Duas tendências da educação que se tornam cada vez mais necessárias na formação de nossas crianças e adolescentes. Ao mesmo tempo que precisamos garantir a formação de jovens capazes de entender e lidar com as próprias emoções, não podemos negar o impacto cada vez maior que os recursos de Inteligência Artificial terão na vida de cada estudante. Nosso desafio, enquanto educadores e famílias será cada vez mais usar a tecnologia como recurso para personalização do ensino – durante o evento, muitas vezes abordada como hiperpersonalização, o que significa o reconhecimento de cada estudante como indivíduo único, com a escola sendo capaz de identificar e atender a suas necessidades e habilidades de forma individual. Ao mesmo tempo, é nosso papel ajudar os estudantes a entender o papel fundamental que os relacionamentos olho-no-olho têm no equilíbrio mental e emocional necessário para uma vida saudável. Um desafio que a escola precisa decidir encarar, para que possa afirmar que está cumprindo seu papel na formação de cidadãos aptos a superar os desafios que o futuro trará.


Quer ver mais? Seguem abaixo alguns vídeos que fizemos falando sobre cada um dos temas, ao final de cada dia de evento:


Dia 1 :



Dia 2:



Dia 3:


Dia 4:


 

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Parte 2: O desafio... 



O grande problema é que não temos o tempo que gostaríamos de dizer que existe para primeiro cuidarmos da nossa saúde mental e, somente depois, tomar as decisões em relação às demandas e necessidades dos filhos. É tudo para ontem. Tudo é urgente. Tudo é importante. E tudo é transmitido, ao vivo, em cores, em tempo real, para o mundo. Um mundo que, seja lá do tamanho que for e sem tempo “para nada”, faz questão de assistir, comparar, julgar, condenar e punir. Não dá tempo de visitar os pais, é complicado participar dos eventos da escola dos filhos, o aniversário de um amigo passa esquecido, mas a forma como as outras mães e os outros pais estão educando seus filhos, ah, isso vai para a lista do imprescindível e inadiável. Junto disso, vem a autocobrança e comparação, para saber como estou sendo avaliada. Está aí a fórmula mágica para fazer parecer uma missão impossível o que, de fato, é uma decisão simples: deixar ou não que o filho tenha rede social. Permitir ou não que tenha um celular com uso livre, sem regras de o quê, quando, com quem e por quanto tempo.


Que tal inverter o padrão? Primeiro a saúde mental e educação do seu filho e sua família, com suas regras e valores inegociáveis. E depois, se e quando sobrar tempo, dar uma espiadinha no que os outros estão fazendo. É essa a única maneira de jogar fora peso que não é seu e se torna impossível de ser carregado, junto com tantas outras demandas.

E também é o caminho para encontrar a resposta para a pergunta: “será que tem como manter meu filho seguro nesse mundo digital?”. Isso porque a resposta passa pelo que nossos antepassados enfrentaram: vou educar para o que eu enxergo, de acordo com valores que preparam meu filho, de acordo com a idade que ele tem, para os desafios que ele precisa enfrentar. 


Criança não pode ter rede social. E essa responsabilidade, por manter essa regra, como aquela que nossos pais tinham: “escureceu, não é hora de criança ficar na rua”, é nossa. Além disso, a consciência de que não há cem por cento de certeza da segurança nunca, em nenhuma situação da vida. Ainda assim, é nossa responsabilidade dar a segurança que está ao nosso alcance para nossos filhos. 

“E o choro, a tristeza, a decepção, a frustração do meu filho?”, você pergunta. Ah, isso tudo é oportunidade: para dar carinho, acolhimento, chance para aprenderem a lidar com situações sobre as quais eles não controlam, paciência, flexibilidade, persistência, determinação, respeito a opiniões divergentes e a regras e limites que fazem parte da convivência social e crescimento saudável. É uma troca com ganhos, muitos ganhos para os filhos, os pais e para a sociedade. É fácil? Não, educar um filho jamais será tarefa fácil, não importa o quanto o mundo evolua e quanta inteligência artificial tenhamos disponível. Mas não há nada que um pai ou uma mãe não consiga enfrentar por um filho!


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Parte 1: O contexto... 


São novos tempos, que demandam mudanças difíceis de serem colocadas em prática. Isso porque, para conseguirmos oferecer a segurança possível, e necessária, para que nossos filhos possam ter uma infância e adolescência saudáveis, precisamos mudar, antes de tudo, nossos pressupostos. Antes de aprender novos caminhos para educar uma geração que nasce e cresce em um mundo cuja característica mais marcante talvez seja a velocidade, precisamos desaprender nossos traumas e ilusões.


Educar um filho nunca foi tarefa fácil. Nossos antepassados também tiveram lá suas dúvidas, medos e inseguranças. E, de alguma forma, acertaram em grande parte das escolhas que fizeram, caso contrário, eu não estaria aqui, escrevendo este texto. E você não estaria aí, lendo e refletindo sobre tantas questões que requerem uma paradinha, ainda que em meio ao caos, para ajuste de rota.


Um desafio que diferencia o desafio da educação de filhos hoje, em relação ao passado, é exatamente uma das características do mundo atual, que há tempos vem sendo celebrada como uma grande conquista: um mundo sem fronteiras. E isso confirma uma teoria que tenho desde muito jovem: suas maiores forças são também seus maiores pontos de vulnerabilidade. É sensacional poder acompanhar o mundo em tempo real, falar com uma pessoa que está do outro lado do planeta com apenas um clique. Morar em um país e trabalhar em uma empresa que fica em outro continente. Entrar em uma reunião com pessoas de cultura, origem e crenças tão diversas. É, para a grande maioria dos adultos responsáveis por crianças e adolescentes, um alívio saber que pode acompanhar cada passo e cada minuto do dia de um filho, mesmo estando a distância, pelo celular. Mas tudo isso tem seu preço. E ninguém mais do que os pais e mães têm pagado uma conta alta em troca de tantas barreiras que foram derrubadas pela tecnologia. O desafio de educar filhos nascidos na era digital é gigantesco. Não somente pela abundância de tecnologia, mas também pela insegurança emocional e dificuldade em assumir responsabilidades que os adultos apresentam diante de tanta informação e velocidade na mudança... tem jeito? 

Continua na Parte 2, o desafio.


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