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Infelizmente ainda há escolas que consideram o intervalo como tempo a ser aproveitado para atividades formais de aprendizagem. Pesquisas comprovam, porém, que o recreio traz enormes benefícios para a aprendizagem e oferece oportunidade para que os alunos desenvolvam habilidades essenciais para seu pleno desenvolvimento.  

Se ao assistir a uma aula conseguimos identificar o perfil de um professor, observando o recreio podemos identificar o clima e cultura de uma escola! Em geral, os pais gostam de conhecer a sala de aula e ouvir sobre a proposta pedagógica de uma escola quando estão definindo onde os filhos irão estudar. Não há dúvida, porém, de que o recreio diz muito mais sobre aquele espaço do que qualquer palavra poderia definir.

O que parece somente um tempo livre para relaxar e se alimentar é uma excelente oportunidade de crescimento e aprendizagem para crianças e adolescentes.

Dentre os inúmeros benefícios do recreio, listamos quatro pontos que confirmam o valor que esse intervalo tem na vida de cada aluno. 

– A interação com os colegas: relações sociais saudáveis são um excelente complemento para a aprendizagem. Sentir-se seguro no ambiente escolar e ser aceito socialmente são fatores que impactam diretamente a capacidade de compreender e assimilar os conteúdo acadêmicos ensinados na sala de aula. 

– Durante o recreio os alunos desenvolvem habilidades essenciais para a vida fora da escola: estratégias de negociação, comunicação, cooperação, resolução de problemas, tomada de decisão.

–  A capacidade de concentração de um aluno precisa ser renovada – líquido, alimento e movimento são os três elementos que funcionam como combustível para o cérebro e permitem que ele mantenha o foco durante a aula.

– Pesquisas recentes confirmam que, depois de um período concentrado na aprendizagem de um conteúdo, o cérebro precisa de um intervalo para espairecer. Durante esse período, ele continua a trabalhar em segundo plano, organizando o conteúdo no qual esteve focado por algum tempo e buscando memórias que deem sentido ao que está tentando aprender. O período de recreio serve também como um intervalo que ajuda neste processo.

Nem mil auto falantes poderiam falar por nós  sobre todos os infinitos benefícios da hora do recreio. Esse é também o momento ideal para que a escola possa observar alunos que precisam de algum tipo de apoio, prevenindo e oferecendo intervenções em parceria com a família em casos de bullying, isolamento social ou qualquer tipo de comportamento que sinalize necessidade de ajuda.

Alguém mais aí ouviu a campainha do recreio tocar? #partiurecreio


O segredo para ajudar os filhos no desenvolvimento do controle emocional, capacidade de planejamento e resolução de problemas:

Brincar! Eis parte do segredo.  A outra parte é que tipo de brincadeira realmente causa impactos positivos permanentes no cérebro de nossas crianças.  Neurocientistas canadenses descobriram que a brincadeira é o elemento que prepara o cérebro para a vida, para o amor e até mesmo para o envolvimento com a escola e aprendizagem. Para que este tipo de desenvolvimento aconteça, a criança precisa ter acesso a brincadeiras livres: sem adultos coordenando cada passo da brincadeira, nem regras para cada movimento.

Embora os jogos e brincadeiras com regras tenham também seu papel no desenvolvimento da criança, neste caso estamos nos referindo ao brincar que se torna cada vez mais escasso na vida da criança moderna: estar ao ar livre, explorando os recursos disponíveis e interagindo com as pessoas ao redor.

Aqui também é o ponto em que enterramos de vez os tão arraigados estereótipos em relação ao que é brincadeira de menino ou de menina. Deixe que seus filhos experimentem explorar as possibilidades de diversão e que permanecem por mais tempo naquela que mais os agradar.

Muitos dos preconceitos em relação às habilidades que mulheres ou homens possuem, quando já adultos, têm sua base no resultado da maior ou menor exposição a certas brincadeiras. Algumas daquelas consideradas “brincadeira de menino “ acabam por ajudar no desenvolvimento de habilidades como senso de direção, orientação espacial, tomada de decisão, equilíbrio. Daí parecer até para as mulheres ser verdade a afirmação de que homens possuem, por exemplo, melhor senso de direção.

Não há justificativa alguma para que meninas não possam jogar futebol, empinar pipa, andar de skate. 

Pesquisas recentes demonstraram que as habilidades de convívio social de alunos no terceiro ou quarto ano podem prever o desempenho do mesmo aluno ao final do ensino médio com margem de acerto maior do que as notas.

Além do alto impacto no desenvolvimento das habilidade de relacionamento social, a brincadeira ao ar livre traz também outros benefícios:

  1. Capacidade de foco e concentração ampliadas;

  2. Maior equilíbrio emocional e auto controle;

  3. Combate à obesidade infantil;

  4. Desenvolvimento de coordenação motora;

  5. Maior senso de espaço e lateralidade;

  6. Consciência ambiental;

  7. Consciência corporal;

  8. Melhora da auto estima.


Um pequeno ajuste pode fazer toda a diferença, dependendo da ordem de nascimento do seu filho. Como pais, o natural é tentar dar oportunidades iguais para todos os filhos. Na ânsia de garantir que todos sintam-se amados e estimulados na mesma proporção, acabamos por cair na armadilha de buscar atender de forma semelhante a necessidades que são, em geral, diferentes. Quem de nós nunca ouviu a própria mãe dizendo que criou todos os filhos da mesma maneira e, ainda assim, cada qual se tornou um adulto tão diferente dos outros irmãos? Há algumas características específicas que, quando conhecidas, podem ajudar na decisão de que estímulos oferecer a cada filho para que a relação com os estudos seja beneficiada. Esta semana vamos oferecer dicas para ajudar seu filho a melhorar a relação com a aprendizagem considerando a ordem de seu nascimento. O foco não é a personalidade de cada filho, mas as estratégias que cada um usa para se relacionar com o meio em que vive, a partir de impactos que sentem, dependendo da ordem em que nasceram. Há poucos estudos no Brasil, mas, felizmente, muitas pesquisas ao redor do mundo que confirmam aspectos semelhantes entre os filhos que nasceram em determinada ordem. Muitas vezes, o segredo está na dose, outras na estratégia que os pais podem usar para se comunicar com cada filho. O fundamental é que todos eles encontrem nos estudos uma longa parceria de prazer e descobertas para a vida toda!

A expectativa pelos primeiros sorrisos, primeiros passos, primeiras palavras, primeiras letras marcam para sempre o primogênito. Diante do receio em decepcionar, buscam conseguir aprovação de outras pessoas em tudo o que fazem. Assim, a imagem que formam sobre si mesmos depende muito do retorno que recebem de outras pessoas. O desafio em ajudar seu filho mais velho na relação com os estudos está na busca do equilíbrio entre dar a independência da qual ele precisa e oferecer o reconhecimento de que necessita como combustível. O primogênito, ao mesmo tempo que se orgulha e deseja a liberdade para fazer suas próprias escolhas, teme não corresponder às expectativas dos adultos que o cercam. A consequência é um nível de auto estima mais baixo e dificuldade em expressar sentimentos de medo e necessidade de ajuda. Muitas vezes, prefere responder às situações com escolhas que agradem aos pais ou outros adultos, colocando seu real desejo em segundo plano, garantindo assim o posto de “orgulho da família”. Para ajudar seu filho mais velho a explorar todo seu potencial nos estudos, ofereça sempre duas opções ao invés de estipular as regras do que ele deve fazer. Por exemplo, pergunte se ele prefere fazer os deveres de casa antes ou depois do lanche. Assim ele mantém a sensação de responsabilidade pela decisão, ao mesmo tempo que exercita fazer suas próprias escolhas. Na hora da tarefa, foque no resultado final, deixando o passo a passo por conta dele. Demonstre claramente reconhecimento pelo esforço e pelo resultado. Nunca compare o desempenho dele com o dos irmãos. Para ajudar a manter a auto estima em nível suficiente para uma boa relação com os estudos, elogie mesmo os pequenos gestos. O filho mais velho se auto avalia a partir da forma como outros adultos o enxergam. A admiração demonstrada por pais ou professores será a base para a construção da auto estima do filho mais velho.

Com a redução do tamanho das famílias, será cada vez mais raro o privilégio de conviver com o filho mais tranquilo, relaxado e com altíssimo senso de justiça: o filho do meio! Sem a pressão de corresponder às expectativas dos pais, sofrida pelo mais velho, e livre do excesso de atenção dedicado ao caçula, o filho do meio desenvolve várias características que ajudam a enfrentar melhor adversidades e desafios. Acostumado a navegar entre a necessidade de controle do irmão mais velho e o desejo de atenção do mais novo, o filho do meio se torna uma pessoa mais flexível. Perfeito diplomata e dotado de grande dose de resiliência, é um aluno que não se destaca pelas melhores notas, mas consegue manter média suficiente para seguir em frente sem maiores problemas. A melhor maneira para ajudar seu filho do meio a manter o foco e interesse nos estudos é oferecer oportunidade para que desenvolva, em paralelo, outros talentos. O filho do meio precisa encontrar uma área em que se realize e se destaque. O desafio dos pais é mostrar claramente que estão presentes e acompanhando cada passo da evolução e aprimoramento de seus talentos. Ao invés de trazer soluções prontas para dificuldades que o filho do meio possa estar enfrentando, converse e peça que ele ajude a encontrar soluções. A confiança demonstrada pelos pais e professores funciona como combustível para que o filho do meio consiga se dedicar mais às matérias com que menos se identifica. Tendo crescido no desafio em atrair a atenção dos pais, que um dia foi totalmente voltada ao mais velho e agora recai sobre as necessidades do caçula, ele precisa de ajuda para focar e levar a sério situações de risco. Ainda assim, o filho do meio será sempre o diplomata da casa, o pacificador na escola e o melhor amigo do grupo!

O filho caçula tem o privilégio de já nascer cercado por um número maior de pessoas com quem aprende a se relacionar desde muito cedo. Um de seus pontos fortes, por isso, será a habilidade para se relacionar socialmente. Na relação com os estudos essa é uma grande vantagem! Estudos recentes confirmam que o relacionamento social que o aluno desenvolve com os colegas na escola impacta de forma positiva a aprendizagem. O desafio dos pais é lidar com o paradoxo de incentivar um aluno que será ao mesmo tempo seguro, porém, dependente. A segurança vem do fato de ser sempre amparado e protegido por algum dos irmãos ou por um dos adultos da família. Em contrapartida, a permissividade de todos em relação a atitudes que não seriam aceitas se viessem dos irmãos mais velhos, acaba por gerar uma criança dependente. Em casa, todos dividem o papel de garantir que o caçula seja sempre cuidado e servido. O reflexo vem na escola, quando ele não é “o caçula”, mas sim um dos alunos da turma. Vem o desafio de ser independente, sem que tenha enfrentado situação semelhante em casa. O esforço necessário para que a aprendizagem aconteça não poderá jamais ser terceirizado – e assim nasce a relação negativa com os estudos. A dica para os pais é mudar em casa o padrão em que todos estão sempre dispostos a servir o caçula. Organize uma rotina em que as responsabilidades sejam compartilhadas entre todos os irmãos. A cada dia um deles coloca a mesa das refeições, o outro ajuda no preparo da comida e outro tira a mesa. Deixe que cada um sirva seu próprio prato e mostre a todos eles a mesma expectativa em relação à capacidade de organizar seus próprios pertences. Isso vai ajudar para que o caçula transfira a independência conquistada em casa para dentro da sala de aula e na relação com os estudos ao longo da vida.

Pesquisas recentes derrubaram o mito de que o filho único tem grandes chances de ser uma criança problema. Características como flexibilidade, bom relacionamento social com colegas da escola, riqueza de vocabulário e facilidade de comunicação são comuns em filhos únicos. Ao contrário do que se acreditava, a típica criança mimada e pouco flexível não é o perfil natural do filho único, mas um desvio gerado por insegurança ou carência dos próprios pais. São crianças que se ajustam também socialmente sem maior dificuldade, já que podem aproveitar o melhor dos mundos: dividir tempo com colegas na escola e ter o sossego da exclusividade dentro de casa no dia a dia. O desafio dos pais fica por conta de ensinar a empatia, que é a capacidade de se colocar no lugar do outro. Não tendo “o outro” no dia a dia da família, o filho único cresce sem a percepção do que afeta outras pessoas de forma negativa. Ler para seu filho e assistir desenhos animados, contos de fadas e séries/novelas com tema infanto-juvenil, comentando sobre as reações dos personagens são maneiras para ensinar o filho único a perceber e respeitar sentimentos alheios. Para evitar problemas com os estudos, os pais precisam ajudar o filho único a desenvolver a capacidade de lidar com a frustração. Além de viver em uma rotina ajustada para suas necessidades, ele cresce com a constante possibilidade da personalização: de telas, canais prediletos, horário e velocidade. Seu filho único aprende a lidar com a frustração quando não consegue ganhar uma partida de jogo, quando tem que ir para a cama no horário combinado ou quando um “não” vem no momento necessário. Ao conseguir lidar com a frustração dentro de casa, a convivência com outras crianças e os desafios da aprendizagem correrão de forma tranquila e com bons resultados.

Dentro do caos que é o dia a dia das famílias modernas, compreender um pouquinho melhor as motivações, emoções e reações de nossas crianças traz benefícios a todos. Nosso melhor sonho para os filhos deveria ser o de que eles consigam se encontrar, enxergando suas qualidades e defeitos como possibilidades de crescimento. É importante que a independência seja ensinada a qualquer criança, seja qual for a ordem de seu nascimento. E o maior presente que um filho pode receber dos pais: a expectativa positiva em relação à capacidade de enfrentar os desafios de cada fase do crescimento! Nas atitudes mais simples, os pais transmitem essa expectativa. Um pai que se desespera com pequenos tombos que fazem parte do aprender a caminhar, demonstra expectativa de que o filho não é capaz de se levantar e recomeçar. Uma mãe que evita a interação do filho com outras crianças, demonstra expectativa de que o filho não será capaz de se relacionar com os colegas. Suas crenças em relação ao seu filho não são transmitidas por afirmações repetidas de forma automática, mas sim por suas atitudes e posturas no dia a dia. Demonstre que acredita na capacidade de seu filho e ele conseguirá enfrentar os desafios da aprendizagem, seja qual for a ordem de nascimento dentro da família. Ofereça oportunidade de interação com outras crianças ao seu filho único. Reserve momentos para atenção exclusiva a cada um dos seus filhos. Ele sentirá assim a real importância que tem na sua vida e o quanto é único para você, não importa quantos irmãos ele tenha! Peça ajuda, compartilhe suas angústias e preocupações e mantenha sua saúde mental e emocional bem cuidada: pais felizes criam filhos seguros e emocionalmente equilibrados, capazes de se relacionar com os estudos de forma positiva e prazerosa!


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