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Taís e Roberta Bento

É justo ensinar seu filho a acreditar somente no bem?

Será que é justo criar um filho para que acredite totalmente no bem e no amor, mesmo sabendo que o mundo é muitas vezes cruel?

Por outro lado, preparar um filho para sempre esperar o pior do próximo e ficar sempre em alerta, pronto a se defender, só trará prejuízos para seu crescimento emocional.

A vida me ensinou que não existe fórmula mágica. O desafio é criar pessoas felizes, que acreditam no bem, mas sabem se defender quando o mal surgir. Nos sustos que a vida trouxer, seu filho terá que decidir sozinho que caminho seguir. Em situações de maior sufoco, não terá como esperar a volta para casa e o pedido de socorro para os pais. Em algumas situações, o filho vem em busca de apoio, mas o pai se foi. A única saída para nós, pais, é garantir que nossos filhos estejam confiantes sobre sua capacidade de fazer escolhas. E se perceberem que talvez aquela não tenha sido a melhor opção, que estejam prontos a mudar, sem orgulho ou medo. Precisamos ajudar para que nosso filhos sejam flexíveis o suficiente para absorver as pancadas que a vida trouxer e capazes de construir um novo começo sempre que desejarem um final diferente. A única certeza que podemos ter como pais é de que a realidade da vida baterá às portas do nosso filho e nós não poderemos resolver tudo por eles. A vida passa, eles crescem. Pessoas vão embora e eles terão que lidar com o abandono e aprender a sair da solidão. Acompanhar a dor de um filho cujo pai decidiu que ele não faz falta é de cortar a alma de uma mãe. Assistir a dor de um coração que precisa aprender a “desamar” seu primeiro amor é devastador. Ver o fim da uma amizade machuca demais. Sim, eles crescem e o mundo real os alcança, não importa o quanto você tente proteger seu filho.


Nesse momento, seu coração de mãe percebe que fez a escolha certa: é justo sim educar um filho para que acredite no bem e no amor. Seu conceito de felicidade muda totalmente. Ser feliz é perceber que seu filho continua a nadar, apesar de tudo, e segura sua mão de mãe – para sua surpresa, não porque precisa ser guiado, mas para mostrar a você que ali na frente há todo um horizonte de novas experiências a serem vividas.


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