1. Será que a TV é um vilão ou pode ser um aliado no período de férias escolares? A boa notícia é que a TV pode ser um aliado, quando usada sem excesso. O alerta que fica é: assim como na relação com alimentação e higiene, sem a participação ativa dos pais, as crianças e adolescentes dificilmente criarão hábitos saudáveis na relação com este recurso. Pesquisas recentes revelam que desenhos e programas que propõem algum tipo de interação ou participação da criança favorecem a aprendizagem do conteúdo apresentado. A capacidade de transferir para a realidade o que aprendeu naquele capítulo depende da familiaridade que a criança tem com o programa. Isso significa que aproveitar as férias para conhecer as opções de programação que oferecem conteúdo educativo de forma mais interativa pode beneficiar a criança, que deve ter menos tempo de tv ao longo do período de aula. Um exemplo de programa que fez parte das pesquisas, com resultados positivos é a série Dora Aventureira. No caso de filhos mais velhos, o que faz diferença é a conversa sobre o que assistiram. Um filme, documentário, desenho ou série pode ser a porta de abertura para o que se passa na mente e no coração de seu filho. A dificuldade em abordar um assunto que ainda é tabu para o jovem pode ser superada quando o foco da conversa são personagens de um programa. Um bate papo com seu filho sobre as impressões de um filme pode ser reveladora para os pais. Essa pode ser a chave que abre o canal de comunicação entre vocês e reforça os laços de família. Comentar sobre o conteúdo que assistiram, aprofundando a discussão para temas que envolvem questão de ética e valores, de acordo com a idade, pode aproximar você e seu filho, além de torná-lo mais seguro e consciente de que os pais também têm dúvidas e medos. Sim, TV e férias combinam, desde que entre eles esteja a palavra “família”!
2. A tendência dos pais é comparar as músicas que os filhos ouvem com aquelas que ouviam quando eram mais jovens. E assim criam uma barreira onde poderiam construir uma ponte. O gosto musical não é excludente. Seu filho pode adorar um ritmo que é sucesso atualmente e, ainda assim, ficar encantado com a bossa nova ou as “disco music” dos anos 70 e 80. A música continua a ser um excelente canal de comunicação, capaz de aproximar pessoas, gerar sensações de bem estar e ajuda a formar memórias que ficarão registradas para sempre. Quando as crianças têm acesso a diferentes estilos de música desde pequenas, tornam-se mais abertas a aceitar e respeitar as diferenças. Experiências com diferentes faixas etárias confirmam que crianças e adolescentes apreciam e sentem-se tocados pela música clássica. Infelizmente são poucas as que têm oportunidade de conhecer esse estilo musical ainda na infância. O fato é que a música é uma das melhores formas para acalmar um ambiente, gerar sensações de bem estar e despertar a motivação para estudar e se concentrar em uma atividade. Aproveite os momentos de férias para fazer com seu filho uma lista de música para todos ouvirem juntos. O desafio é intercalar uma música escolhida por cada membro da família. Sem julgamentos ou comentários pejorativos, todos ouvem as músicas escolhidas por cada um. Comente o porquê da escolha de cada música e pergunte ao seu filho sobre as escolhas dele. O que tem naquela música que a faz especial. Prepare-se para a surpresa de pegar seu filho cantarolando aquela música que faz parte da sua juventude, pai e mãe. Seja qual for o gosto musical do seu filho hoje, ele vai mudar e ser enriquecido quanto mais músicas e ritmos variados ele tiver oportunidade de curtir em família!
3. Quanto mais seu filho cresce e passa a acessar sozinho os canais de Youtube prediletos, mais você precisa se aproximar. Se tem conteúdo ruim? Tem, e muito! Mas tem também uma infinidade de vídeo de qualidade, de pessoas sérias produzindo conteúdo bom. Pense no mundo virtual como uma realidade paralela, na qual seu papel como responsável é o mesmo do mundo real. A ideia não é que você siga ou censure seu filho o tempo todo. Você só precisa tornar esse mundo parte da sua vida também. Há muita informação valiosa ali. Assim como sempre teve na banca de jornal da esquina. E, na mesma banca, sempre teve revista com pornografia, jornais que só focavam em violência e materiais sobre cultura e valores que não faziam parte da crença de sua família. Qual a garantia de que você não iria na banca buscar conteúdo com os quais seus pais não concordavam ou que fossem impróprios para sua idade? Nenhuma. A certeza de que você não estava correndo riscos nunca existiu para seus pais também. O que manteve você firme e forte, apesar de todas as tentações e aventuras que você viveu sem que seus pais soubessem, foram os limites e o respeito aprendidos na relação em família. Este continua a ser o segredo. Conheça seu filho. Isso significava conhecer com quem ele “conversa”. Hoje, equivale a saber quem ele segue. Esteja aberto a ouvir o que tem de interessante nos canais que ele mais gosta. Não coloque tanto foco no vocabulário que aquele Youtuber usa, mas sim no que seu filho diz quando conversa com vocês, pais. Acompanhe de longe. Distante o suficiente para não sufocar e nem tornar o proibido mais instigante. Esteja sempre por perto. Próximo o suficiente para perceber quando estiver na hora de puxar o fio da tomada e se fazer presente. Quando o mundo virtual estiver influenciando seu filho mais do que você, pai, alguma coisa não está indo bem por aí. E não é o Youtube!
4. O vídeo game está para as crianças e adolescentes de hoje assim como a bicicleta estava para a geração de seus pais. A bicicleta era o sonho da criança para o Natal ou aniversário. E durante as férias escolares o grande barato era passar o dia andando de bicicleta com os amigos. Opa, aqui se vai a semelhança entre esses dois objetos do desejo de diferentes gerações, podem estar pensando vocês, pais. Mas não é bem assim. Há muitos pontos positivos para o vídeo game. Esses aspectos acabam ficando escondidos atrás dos prejuízos gerados pelo excesso de tempo ou falta de habilidade para priorizar atividades e colocar, assim, os jogos no tempo e momento adequados. Férias e vídeo game formam uma excelente parceria! Alguns dos benefícios que o vídeo game pode trazer para o desenvolvimento cognitivo são: melhora da coordenação motora, desenvolvimento de habilidades para resolução de problemas, melhora da memória, maior capacidade de foco e concentração. Além disso, muitos jogos ajudam também na aprendizagem de história e geografia. E, prepare-se para se surpreender: o vídeo game também pode ajudar a evitar que seu filho faça bullying com outras crianças ou jovens. Muitas pesquisas mostram que assumir diferentes papeis nos jogos ajuda a desenvolver a empatia. Levanta a mão quem achou esse post uma ótima notícia e ficou aliviado. E agora abaixa a mão para ler qual o antídoto que elimina todos os benefícios que o vídeo game pode trazer e ainda gera uma série de prejuízos para os relacionamentos e aprendizagem. O que pode transformar o vídeo game em vilão? Excesso e falta! Excesso de tempo jogando, falta de equilíbrio na rotina com outras atividades ao ar livre, envolvendo movimento e encontros com amigos no mundo real. Ou seja, o vídeo game nunca é o culpado. A falta de controle e disciplina é que prejudicam! Partiu liberar os filhos para se divertirem então?!
5. Nenhuma tecnologia, por si só, pode fazer bem ou mal para seus filhos. O uso que se faz das telinhas é que as torna mocinhas ou vilãs da vida moderna. Deixar o tempo de uso da tecnologia mais flexível durante as férias não representa problema. O que vai prejudicar o retorno do seu filho na volta às aulas vai ser a falta de equilíbrio, caso a tecnologia consuma todo o tempo ocioso. Pesquisas confirmam que o sistema de recompensa do nosso cérebro é estimulado conforme recebemos respostas no uso de redes sociais e games. Na prática, isso quer dizer que tecnologia demais vicia sim. Mas não é o caso de tirar esses equipamentos do seu filho. A dose é que faz a diferença. Flexibilizar o tempo que seu filho passa online durante as férias não vai gerar problemas, se isso significar que ele pode usar essas ferramentas em horários diferentes do que faz durante as aulas. Se na sua casa o período de férias significa todo mundo conectado o dia todo, a noite toda, isso vai acabar mal. Mesmo que a partir de agosto seu filho volte à rotina de horário equilibrada, vai ser muito difícil para ele conseguir se concentrar em outras atividades. O cérebro vai sentir falta dos estímulos da tecnologia, já que vieram em excesso ao longo de um mês inteiro. A dica é combinar que quando estiverem em família, a tecnologia só pode fazer parte se representar uma atividade que envolve a todos. Ouvir música, sem fone. Assistir séries, filmes ou desenhos juntos, todos sentados, sem fazer outra atividade. Divida o tempo que tem com os filhos entre compartilhar algo de que eles gostam na tecnologia e fazer outras atividades juntos. Receita simples para que a tecnologia possa ser aproveitada em todo o potencial que tem para tornar as férias divertidas e cheias de memórias que ajudarão para um segundo semestre escolar sem problemas, repleto de bons resultados.
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