“A angústia é mortal...” segundo Edith Eger, psicóloga e escritora, sobrevivente de Auschwitz, em seu livro “A Liberdade é uma escolha”. Ela diz que a angústia é uma ameaça constante que colocamos a nós mesmos, não nos permitindo ter sossego, mesmo quando tudo está tranquilo. Quando deixamos que a angústia guie nossos dias, questionamos a todo momento mesmo as escolhas que fizemos com calma e de forma consciente. Assim, nosso primeiro dever de casa, para conduzir nossos filhos ao longo de um semestre escolar tranquilo enfrentando os desafios que fazem parte de um desenvolvimento saudável, é manter a vigilância, não deixando que sejamos guiados por esse sentimento tão devastador.
Pode ser que você nem tenha consciência do quanto é difícil para você a separação do seu filho, quando o deixa na escola, depois de um período de férias ou de um final de semana ao lado dele/a. Alguns momentos são exaustivos. Muitas vezes parece uma missão impossível dar conta de tanta coisa, manter a calma quando o cansaço bate e seu filho/a insiste em ficar na tela mais um pouco, mas sempre fica aquele sentimento de que o filho está seguro somente quando está sob nosso olhar. Ou talvez uma parte de nossa insegurança não seja deixar o filho na escola, longe das nossas asas, mas um certo receio em não saber como aproveitar esse tempo ou energia para focar em nossas próprias questões pessoais, profissionais e de relacionamento. Estimular um filho a construir sua independência e desenvolver mais segurança ao dar novos passos sozinho será sempre um desafio diferente, a cada etapa da vida. Em tempos de exposição extrema da vida em redes sociais, há mais um componente ao desafio de educar um filho para ser independente: a pressão por acertar sempre, por tentar garantir uma vida sem frustrações, por buscar o equilíbrio no tempo de tela, sem que ele/a se sinta isolado em relação aos colegas.
Diante da sociedade em que vivemos hoje, seja qual for sua decisão em cada momento desafiador, você estará exposta: na família, no trabalho, no grupo de mães da escola, no seu condomínio e até dentro de casa, quando há discordância entre os responsáveis. Coloque para si mesmo/a a missão de recusar julgamentos. E de não julgar outras famílias a partir do que você acha que sabe. Lembre-se de que vivemos tempos de incertezas, em que temos que escolher nossas apostas e acolher nossas próprias dúvidas e receio de errar. Sua família já representa um desafio enorme. Deixe sua energia para gastar em boas risadas e momentos leves com seus filhos. Recuse conclusões antes de conversar com a coordenação da escola, sempre que houver situação de estresse. Ouça seu filho, converse com a escola, siga seu instinto materno/paterno, mas esteja aberta/o a formar uma parceria com as pessoas que são sua rede de apoio na educação do seu filho/a.
Tentar garantir que não existam conflitos, desafios, decepções durante essa jornada até o final desse ano letivo é desperdiçar energia que vai surtir mais efeito se usada para acolher e guiar seu filho no processo de crescimento que ele precisa viver. Sempre que bater uma angústia por aí, é hora de se abrir com alguém, de aliviar a carga, tirando um tempo para se cuidar. Sempre que parecer pesado demais, é hora de dividir a angústia com alguém. Sempre que parecer uma missão impossível, é hora de lembrar que essa fase do seu filho não voltará jamais e que vocês vão superar os obstáculos que vierem. É agora o momento de olhar para vocês e lembrar que vai dar tudo certo, você não está sozinha/o.
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