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A Escola do futuro: será que nós, responsáveis, estamos preparados?



Feche os olhos e imagine uma escola que esteja tão alinhada com o modo de vida das crianças e jovens de hoje que, ao invés de implorar para que seu filho levante da cama para estudar, você tenha que obrigá-lo a parar um pouco para fazer outras atividades além de aprender.


Você acha que isso é um sonho impossível? Pois saiba que não é!


Já é possível vislumbrar mudanças simples que fariam um tremendo impacto no envolvimento dos alunos com seus estudos. E muitas dessas mudanças já têm seus primeiros passos sendo dados em algumas escolas.


A novidade, porém, pensando em todas as descobertas da Neurociência e como elas se aplicam à aprendizagem – a chamada Neurociência Cognitiva, é que uma parcela fundamental dos processos envolvidos na aprendizagem nasce do envolvimento dos pais e da família com seus filhos e não do aluno com a escola.


Se juntarmos essa informação com a imensa possibilidade de acesso a conteúdos gerada pela tecnologia que já está disponível, podemos repensar a escola e a forma como aprendemos, analisando os diversos impactos gerados para cada um dos envolvidos: gestores, professores, pais e alunos.


Deixo para me aprofundar na mudança do papel do professor em outro artigo que estou prestes a lançar. Adianto, contudo, que quanto menos precisamos de professores que dominem conteúdos e informações específicas, maior nossa necessidade por professores altamente capacitados para duas funções que se tornarão essenciais: coaching e mentoring.

Logo adiante volto a essas funções e como elas completarão – tornando factíveis – um modelo de educação e ensino que realmente tem o aluno como foco.


Uma das descobertas sobre o funcionamento do cérebro que mais me impactaram – tanto como mãe como educadora – foi entender como um novo conhecimento é construído e assimilado em nossa mente. Simplificando para que possa ser compreendido, não há novo conhecimento se não houver:

  • espaço na memória Operacional

  • conhecimento anterior na Memória de Longo Prazo

Fica claro que mesmo o melhor professor, da escola mais bem estruturada do mundo, não conseguirá fazer com que um aluno aprenda se o próprio aluno não fizer a sua parte. E conseguimos também perceber que o início do processo de aprendizagem bem sucedido está em casa – e não na escola, afinal o que há na Memória de Longo Prazo de uma criança que entra na escola senão as experiências a que foi exposta desde seu nascimento?


E onde entra o modelo de escola altamente atraente que mencionei no início do artigo? Como ela atrai seus alunos e que papel tem, considerando que família e aluno devem ser os responsáveis pelo processo de aprendizagem?

Talvez você, pai/mãe, esteja pensando: e o conteúdo? “Eu não sei Geografia, História, Biologia, Física, Química, Matemática o suficiente para ensinar o que meu filho precisa aprender!”


Calma! Você não sabe e nenhum professor sabe todo o conteúdo que uma área do conhecimento envolve. Mesmo o mais expert em determinada área sabe que a cada dia novas descobertas são feitas em diversos campos e estar atualizado é um grande desafio.


Os conteúdos específicos que nossos filhos precisam aprender estão disponíveis em livros, revistas, artigos, vídeos, desenhos, filmes, chats, blogs e também na experiência e excelentes aulas de professores com mais ou menos recursos disponíveis, dependendo de onde trabalham.


O paradigma a ser mudado é esse de colocar no professor todo o foco e responsabilidade por conhecer o conteúdo e fazer com que uma pessoa aprenda. Enquanto fornecedor de conteúdo, o professor é mais uma fonte. Enquanto profissional que pode guiar o aluno e ajudá-lo a construir seu arsenal de ferramentas para viver bem no mundo que o aguarda, ele é fundamental.


Se os recursos estão disponíveis, por que os resultados têm sido tão baixos?


A resposta é: não estamos aproveitando adequadamente o que temos e tampouco estão distribuídos da melhor maneira para que sejam melhor aproveitados.


Mas essa não é a chave da questão. O mais importante e que pode causar maior impacto em termos de melhoria na relação de nossos filhos com os estudos é o papel que os pais estão exercendo.


Está aí, nos pais e responsáveis, o fio da meada para mudar todo esse formato de escolarização que já não atende, nem satisfaz, as necessidades, anseios, expectativas de toda uma sociedade.


Precisamos ajudar as famílias, para que os responsáveis possam assumir seu novo papel em relação à forma como crianças e adolescentes encaram a escola e os estudos. Só com essa parceria entre família e escola será possível e mais leve desencadear as mudanças necessárias para que nossos filhos vejam na educação formal o valor que de fato ela tem.


Nesse trajeto, o maior desafio será derrubar os mitos que não fazem mais sentido algum, mas que continuam a residir na mente dos pais, já que fizeram parte de nossa infância e adolescência. Alguns desses mitos são:

  • o aluno tem que estudar para passar de ano;

  • se a criança se esforçar e for um adolescente estudioso, terá um bom emprego;

  • filhos bonzinhos são os que se dedicam aos estudos para deixar os pais felizes;

  • cabe ao professor adaptar suas aulas ao modo de aprender do meu filho e ensinar assuntos que sejam de interesse dele;

  • o aluno precisa dominar todos os conteúdos aprendidos para ser um bom profissional no futuro;

  • ao terminar o Ensino Médio, nossos filhos terão a base do conhecimento necessário para um futuro razoável;

  • ao terminar a faculdade, não precisarão mais estudar, porque já terão uma profissão;

  • “a tecnologia ajuda “ou “a tecnologia atrapalha” a vida familiar ou escolar.

O fato é que seu filho só vai aprender qualquer conteúdo se:

  • ele se dedicar o suficiente a estudar essa matéria diversas vezes, com intervalos entre os estudos. Não importa quão boa foi a aula a que ele assistiu – o aprendizado requer o retorno àquele conteúdo para que seja assimilado.

  • conseguir encontrar memórias e experiências anteriores que o ajudem a transformar o que ouviu, leu ou assistiu, em conhecimento.

  • tiver memórias de procedimentos – ou seja, quem nunca arrumou uma cama, tirou a mesa, guardou seus brinquedos ou livros, fica em desvantagem.

  • souber como trabalhar em equipe, pois ouvir o conteúdo de fontes diferentes e compartilhar o que está aprendendo representam formas infalíveis de assimilar um aprendizado.

  • tiver oportunidades na convivência em família para desenvolver capacidade para lidar com frustrações, flexibilidade, empatia, disciplina e persistência.


A base para a aprendizagem está na convivência familiar, em uma casa na qual ele sinta segurança física e emocional, tenha regras e limites estabelecidos com respeito e consistência, além de responsabilidades compartilhadas.


Dá trabalho? Sim, sem dúvida!

E você, pai-mãe, deve estar agora pensando em como pode fazer tudo isso acontecer se já quase não dá conta do trabalho, das contas vencendo, da cobrança infinita em todos os aspectos da sua vida, enfim, da enorme carga do dia a dia.


A boa notícia é que.... (continua no próximo post, que entra na sexta feira ☺)



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