Quanto mais distante fica o desafio que vivemos no período de escolas fechadas, maior nossa tendência em acreditar que os impactos negativos na aprendizagem de nossos alunos também ficaram para trás. Infelizmente não é a realidade. O artigo publicado na Revista Nature Human Behavior mostra o resultado de uma pesquisa que envolveu o estudo sobre as lacunas de aprendizagem deixadas pela pandemia em 15 países, incluindo o Brasil.
Mesmo para os países que tiveram as escolas fechadas durante apenas poucas semanas ou somente alguns meses as lacunas de aprendizagem ainda persistem, mais de dois anos depois das escolas terem retornado às aulas presenciais.
Nos casos de países desenvolvidos, a perda chega a 35% do progresso que os alunos teriam em um ano letivo normal. Além das lacunas de aprendizagem em relação aos conteúdos que deveriam ter aprendido durante o período de escolas fechadas ou ensino remoto, houve também retrocesso em relação a habilidades que já haviam sido desenvolvidas e, em relação a conteúdo, com perda mais acentuada no conhecimento de matemática. Além disso, a desigualdade entre estudantes de classes sociais mais carentes e alunos de famílias com renda mais alta foi agravada em âmbito global.
Um estudo do Banco Mundial indica que nos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento, o nível de aprendizagem dos estudantes retornou ao que tínhamos no ano 2.000.
Em termos de perspectivas de recuperação, a preocupação é grande, visto que mesmo países com excelente infraestrutura tecnológica e na formação de professores conseguiram somente estancar as perdas de aprendizagem, mantendo os mesmos níveis das lacunas geradas ao longo da pandemia. O desafio de recuperar as perdas segue como uma luz vermelha para a educação global.
Algumas das iniciativas que têm mostrado resultado positivo, mencionadas no artigo recém-publicado, dizem respeito a tutorias para grupos menores de alunos. A grande questão, contudo, se mantém na escassez de mão de obra e recursos financeiros para que esse tipo de ação possa ser oferecida ao grande número de estudantes com defasagem de aprendizagem resultante dos últimos anos.
A notícia boa, que nos trouxe um alento, já que o Brasil é constantemente citado como um dos países que mais demoraram a reabrir as escolas e com grandes perdas na educação, é ter também nosso país citado por uma iniciativa de sucesso. O relatório menciona ações de comunicação da escola com as famílias, pelo uso de aplicativos de celular, como uma das formas de ajudar a reduzir as enormes perdas no processo de aprendizagem de alunos de todas as idades.
Ou seja, o poder enorme da parceria família-escola continua a ser um recurso disponível e acessível, mesmo nos casos de falta de estrutura física e de mão de obra para ações que não podem esperar, pois nossos estudantes não têm botão de pausa!
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