Entramos no último mês do primeiro semestre. Meio do caminho do ano letivo. Na correria do dia a dia, não nos damos conta de que alguns novos desafios que começam a surgir são sinais de que a caminhada começa a cansar. E o cansaço se manifesta em diversos momentos, com reações diferentes por parte do seu filho. Reações essas que acabam, muitas vezes, se tornando estopim de brigas, discussões e estresse desnecessário dentro de casa. Importante lembrar que não somente os filhos se cansam depois de caminhar metade do trajeto, nós também ficamos exaustos. Afinal, estamos no meio do caminho em diversos aspectos da nossa vida: no trabalho, nos cuidados com os pais, em mais uma etapa do relacionamento pessoal, na superação de uma perda ou retomada de algum processo. É hora de entender um pouquinho esse momento e buscar fontes para renovação da energia, afinal, temos mais uma etapa pela frente. E precisamos conseguir olhar para isso como uma ótima notícia. Se a metade que falta a ser vivida soa como tortura, é hora de parar e buscar ajuda. E caso soe como um enorme desafio, que dá frio na barriga, está tudo certo, você está dentro do que se considera saudável nas suas faculdades mentais.
O Meio do caminho é sempre cheio de obstáculos a serem vencidos, seja nos relacionamentos afetivos, no trabalho, em um projeto, durante uma viagem, na vida pessoal. Isso porque você já não tem a alegria, energia, as expectativas do começo. E ainda não consegue enxergar a reta final. Já conheceu as pessoas, lugares e processos. E o cansaço faz com que você, no piloto automático, passe a focar nos defeitos dessas pessoas e processos, ao invés de lembrar das qualidades e pontos positivos. Raramente paramos para refletir sobre isso, especialmente em relação ao ano letivo dos nossos filhos. Mas se conseguirmos entender esse fenômeno e tivermos consciência de como ele afeta nossos filhos, o dia a dia em família e a relação com a escola, todos ganharemos e sairemos mais fortes.
É este o momento para buscar fontes de energia, porque seu filho vai precisar de ajuda para vencer o desafio do “meio do caminho”. E sim, nós, pais e família, somos não só a fonte de inspiração, como também o modelo que nossas crianças e adolescentes vão seguir, mesmo que de forma inconsciente, para lidar com essa fase do ano letivo. Vale novamente a analogia da máscara de oxigênio: ou colocamos primeiro em nós, adultos responsáveis, professores e gestores, ou não vamos poder ajudar os alunos/filhos.
É importante lembrar que a energia, o empenho, o envolvimento e também o desempenho que seu filho tiver na escola agora vai não só impactar, mas na maioria dos casos, determinar o final deste ano letivo e a relação com a aprendizagem nos próximos anos. Sua missão número 1 é olhar para si mesma/o e aceitar o cansaço, as dúvidas e o medo como parte natural de ser mãe, pai, professor ou gestor escolar em um dos períodos mais desafiadores da história do mundo.
Deixar toda sua vulnerabilidade aflorar agora é sinal de força, ao contrário do que tentaram nos fazer acreditar por tanto tempo. Somente de mãos dadas, compartilhando dores e alegrias de educar em tempos tão difíceis, vamos poder oferecer recursos para que nossas crianças e adolescentes vençam suas próprias batalhas. A parceria família-escola é mais importante do que em qualquer outro período. Alinhar expectativas e compartilhar desafios torna mais forte a base de apoio para os alunos e para que cada adulto envolvido consiga apoiar cada criança ou adolescente dentro do que estiver enfrentando no momento. É hora de buscar momentos leves, dançar muita quadrilha, viver momentos leves na comunidade que é sua base de apoio nesse mundo tão acelerado em que vivemos.
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