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Taís e Roberta Bento

Não tire as crianças da sala – por que falar com os filhos sobre a tragédia de Brumadinho

Evitar que os filhos tenham sejam expostos à violência é uma das recomendações para os pais quando se trata de selecionar programas de tv. Como para toda regra há exceção, é hora de trazer nossos filhos para, junto dos pais, assistirem um triste episódio de violência extrema, gerada pelo próprio ser humano.

Infelizmente estamos vivendo novamente a consequência de vários atos de violência disfarçadamente consentida por cada um de nós. Tem conserto? Não, voltar e desafazer é impossível. Seguir em frente e evitar, isso sim cabe a você, a mim, a nós. Garantir que nossos filhos tomem consciência da tragédia de Brumadinho é abandonar a posição de vítima e assumir que podemos fazer um futuro melhor. Envolver seu filho neste momento é dar um grito de “não quero mais isso para meu povo”. O quanto e o quê eles verão, depende da sua decisão. Mas deixar que fiquem alheios a essa tragédia é faltar com nossa responsabilidade de pais. Momentos desoladores como este não podem ser tratados como simples notícias apresentadas no horário do jornal.


Vamos seguir o exemplo de povos que se unem independentemente de governo ou apesar do governo que têm e transformam desastres naturais em exemplo do poder que temos quando nos unimos por uma causa. Sim, temos que lidar também com a vergonha de estarmos em um país em que, apesar de tsunamis e terremotos só serem conhecidos em livros de geografia, somos capazes de gerar tragédias milimetricamente calculadas e previstas. Sim, a tragédia de Brumadinho tem uma pitadinha de colaboração de cada um de nós. Calar é uma das melhores formas de consentir. Temos que admitir que nos calamos diante de Mariana. Envolver nossos filhos no momento em que a tragédia anunciada se repete é uma das melhores maneiras de se posicionar. Ouvir sobre as causas, sobre as consequências e incluir o assunto nas conversas em família é gritar um posicionamento ativo contra desastres que não são naturais e que podem ser evitados.

É agora a hora de ensinar sobre solidariedade.  Porém, ser solidário é o mínimo, o essencial, o que deveria ser óbvio. Reunir familiares e vizinhos para  buscar maneiras de ajudar as vítimas e minimizar a vergonha por tanto descaso que existe em nosso país é dever de todos nós. Mas ainda é pouco. Se quisermos evitar que tragédias como a de Mariana e a de Brumadinho se repitam, é necessário envolver nossos filhos para que compreendam o fato, questionem o porquê e sintam-se tão indignados que, quando forem adultos, jamais coloquem lucro acima dos valores que levaram da infância! 


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