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Taís e Roberta Bento

O que considerar na decisão entre manter ou mudar o filho de escola

Eis que chegou o período em que os pais têm que tomar a decisão sobre fazer a rematrícula do filho na mesma escola onde ele está ou mudar para uma nova proposta.

Ao mesmo tempo em que muitas escolas se empenham em atrair novos alunos, os pais se veem diante de um dilema: “será que mudar é o melhor para meu filho?”. De fato não é uma decisão fácil de ser tomada. Ao longo da semana vamos abordar algumas das armadilhas e fatores a serem considerados para ajudar na sua decisão. O que podemos adiantar como dica é que, ao contrário do que muitos pensam, essa não é uma decisão que pode ser tomada somente com base na emoção. Então, respire fundo e relaxe. Decisões conscientes e com maiores chances de sucesso são tomadas com uma avaliação de vários fatores envolvidos.

Ansiedade, medo de errar, estresse por algum momento difícil que vocês estejam passando na escola atual só vão prejudicar seu julgamento e gerar uma decisão tomada por impulso. É momento de equilibrar as emoções e deixar a razão falar alto e claro. Outra dica é não se deixar levar por propaganda ou jogo de palavras que na prática nada refletem o que uma boa escola precisa oferecer. Nada de errado se a escola oferece somente uma aula de inglês por semana para as crianças. Tudo errado se esta mesma escola se diz “Bilingue” por conta de uma aula isolada de uma língua estrangeira. Nada de errado se a escola não tem professores com mestrado ou doutorado. Tudo errado se a escola não tem professores formados . Dizer o que realmente faz e cumprir o que se propõe a fazer é essencial. Infelizmente não é o que acontece. Além desses, há outros fatores importantíssimos a serem considerados:

  1. Sem dúvida, é essencial que pais e professores tenham um canal de comunicação aberto e de respeito mútuo. Isso não significa, porém, que o perfil da professora tenha que corresponder às expectativas dos pais em todos os sentidos. No Brasil, temos a necessidade de sentir uma relação de amizade em todas as interações. Em muitos países, a realidade é inversa. Há inclusive professores que ficam ofendidos se tiverem a amizade mencionada como uma de suas características positivas na relação com alunos e pais. Isso não significa que sejam frios ou que não demonstrem carinho e cuidado para com seus alunos. Caso a professora do seu filho tenha um perfil mais introvertido, seja quieta ou séria além do que você esperaria, isso não significa que não seja uma boa profissional. O desafio é não comparar a professora atual com as anteriores que seu filho teve e nem exigir uma professora que mantenha na escola a rotina que você tem com seu filho em casa. Geralmente a criança se adapta tranquilamente a um professor diferente quando os pais demonstram ter segurança de que o filho está em boas mãos. Muito mais do que o perfil pessoal do professor, considere a escola como um todo. Se a escola oferece formação frequente aos seus profissionais, se está à disposição para atender os pais quando solicitam uma reunião e se a coordenação acompanha a prática de sala de aula, como parte do processo contínuo de formação dos professores, isso sim faz diferença! Ter professores com perfis pessoais diferentes só vai ajudar para que desenvolva habilidades de convívio social mais flexíveis. A diferença de personalidade entre os professores existirá em qualquer outra escola. Caso alguma escola afirme categoricamente que não há diferença nesse aspecto, fuja imediatamente. Fique naquela que ajuda o professor a melhorar a comunicação com os pais, mas mantém o respeito pelo ser humano que ele é.

  1. “A escola atual está muito puxada para meu filho” . Todo cuidado é pouco nesse caso! Mudar de escola porque a proposta de metodologia que ela oferece não está de acordo com o que vocês gostariam para seu filho, tudo bem . Trocar na tentativa de ajustar os estudos a questões como preguiça de estudar, manha na hora de fazer a lição de casa, recusa na hora da leitura ou da escrita, isso é prejudicial ao seu filho. Nossa sugestão caso seu filho esteja resistindo a se envolver com os estudos em casa, nos momentos em que deveria fazer as atividades enviadas como tarefa, é ajustar a rotina em casa primeiro. Mudar o filho de escola na expectativa de não ter atividades que precisam ser feitas com ajuda da família, em casa, não trará benefício algum para o aluno ou para vocês, pais. Isso vai somente adiar e aumentar o problema, quando a adolescência chegar. Todos os estudos recentes sobre o processo de aprendizagem confirmam que retomar o conteúdo apresentado na escola é essencial para que seja transformado em aprendizado. Além disso, hábitos como leitura e rotina de estudos só podem ser desenvolvidos com o esforço do próprio aluno também fora da escola. Qualquer escola que ofereça uma proposta de ensino séria vai, em algum momento, mandar atividades que precisarão ser feitas em casa. E vai também cobrar momentos de leitura e escrita para serem feitas em diversos outras oportunidades que não sejam na escola. E a questão mais importante: se você mudar seu filho porque a escola atual está “puxada demais”, a mensagem que fica para a criança é a de que ela não é capaz de enfrentar ou superar os desafios que certamente voltarão a surgir ao longo da vida de estudante. Então, que tal primeiro ajustar a rotina de estudos, garantir que seu filho esteja conseguindo aprender na escola atual e só então pensar em trocar de escola, se ainda assim fizer sentido essa ideia?!

Além desses, há outros fatores importantíssimos a serem considerados e falaremos sobre eles nos próximos posts.


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