A forma como seu filho vai lidar com os desafios de ter pais separados depende muito do seu equilíbrio emocional. A escola pode ser o maior aliado para que crianças e adolescentes superem os momentos mais difíceis, mas jamais deve ser colocada no papel de conciliador ou interlocutor na relação dos pais do aluno/a.
Mesmo nos casos em que a decisão do rompimento acontece de forma consensual e tranquila entre o casal, os filhos são altamente impactados pela separação dos pais. Porém, nossos filhos têm maior capacidade de resiliência do que podemos imaginar. Mudanças são pressupostos que fazem parte da vida de uma criança. Isso significa que não sofrem quando os pais decidem pela separação? Não, significa que a maior dificuldade está em lidar com os sentimentos negativos dos adultos responsáveis. Seja pelo desafio de se adaptar ao papel de vítima em que a própria família coloca a criança ou pela ansiedade de pais e avós em buscar maneiras de compensar a dor, passando a ser permissivos demais com os filhos. Levar seu filho para o psicólogo não vai resolver, se você mesmo não estiver se tratando. A escola pode ser a luz nesse túnel que parece infinito.
Ainda que tristes e tentando se adaptar a uma nova vida, fazer a lição de casa, respeitar horários, manter relação saudável com os colegas, tudo isso não é um peso, mas sim o porto seguro. Se você conseguir ter esse olhar, vai ajudar para que seu filho também veja na escola o ambiente em que tudo se mantém tranquilo. Tentar flexibilizar a relação com os estudos só faz com que seu filho se sinta ainda mais perdido. O período da aula, a relação com os colegas e a necessidade de se ocupar com lição de casa e trabalhos, tudo isso ajuda para que o tempo passe mais leve e previsível, até que a criança ou adolescente tenha se adaptado à nova realidade no contexto familiar. A escola é uma aliada, trazendo um ambiente que se mantém seguro, apesar das mudanças que a criança está enfrentando. A responsabilidade pelas atividades da vida de estudante precisa continuar a ser do seu filho. Não se culpe por cobrar dele atitudes e posturas que só vão ajudá-lo a superar mais rapidamente a dor desse momento. Converse muito, sempre demonstrando sua certeza de que tudo vai ficar bem, mas reconhecendo o sofrimento que vocês estão enfrentando. E, acredite, isso também vai passar!
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