Um assunto que algumas vezes gera polêmica, mas é o foco de inúmeros pedidos de ajuda que recebemos em relação a esse tema.
As mensagens que recebemos começam com o pai ou a mãe contando o caso do filho e colocando: “eu pago até professor particular para ele ir toda semana e ele não melhora”. Especialmente no segundo semestre letivo, é comum ter os pais falando desta “ajuda extra” como algo já integrado à rotina do filho. Muitas vezes, contudo, começamos a receber dúvidas sobre quando contratar o professor particular já desde o início do ano.
Em alguns casos, a situação está ligada à mudança de escola. E ao receio dos responsáveis em relação ao processo de adaptação dos filhos. Recebemos a seguinte dúvida recentemente: “Minha filha está mudando de escola e já me recomendaram um professor particular para começar o semestre com ela, para evitar problemas ou queda no desempenho. Devo contratá-lo agora?”
Embora a motivação dos pais seja por uma causa nobre e intenção das melhores, em uma situação como essa, a mensagem que esse estudante vai assimilar será negativa. A autoestima e a confiança de que é capaz pesam muito para um bom desempenho na escola. Começar já com um professor particular significa que há dúvida sobre a capacidade daquela criança ou adolescente para vencer esse novo desafio.
Para seu filho acreditar que ele é capaz, é fundamental que ele receba essa mensagem nas atitudes e posturas dos adultos. Ao contratar um professor particular antes mesmo do seu filho tentar se adaptar e descobrir se precisa de ajuda, você passa a mensagem de que você já acha que ele não vai dar conta e de que você acredita que ele não é capaz. Onde então esse aluno/a vai buscar a força que precisa para tentar? Se você pensa que seu filho vai se esforçar para mostrar que você está errado e que ele consegue se virar sozinho, você está enganado. Ao entender que você não acredita nele, com ações deste tipo, ainda que bem-intencionadas, você acaba levando seu filho a duvidar da própria capacidade, mesmo antes de tentar.
O resultado poder ser autoestima em nível mais baixo, insegurança e autoimagem abalada. Mais que isso, fica a pressão por bons resultados imediatos, já que vocês estão pagando um professor particular. Para evitar tudo isso, deixe que seu filho primeiro conheça a escola. É importante que ele participe da decisão pela contratação de um professor particular, caso isso seja de fato necessário. Antes, porém, há também as aulas de reforço e adaptação que a própria escola pode oferecer.
Depois das primeiras provas dá para sentir como seu filho está conseguindo superar os novos desafios. Em um segundo momento, pode ser interessante colocar um professor particular só para a matéria que em que ele/a tiver maior dificuldade. E por um prazo determinado. O objetivo será tirar a diferença que pode ter ocorrido de uma escola para a outra em termos de quando um conteúdo é ensinado.
Uma sugestão é você falar para seu filho que acredita e confia que ele consegue acompanhar. E que, caso ele perceba que precisa de ajuda, vocês vão buscar as melhores alternativas. Isso vai fazer toda a diferença também para ele se dedicar. Existem estudos sobre o funcionamento do cérebro que comprovam um enorme impacto positivo na aprendizagem pelo simples fato de adultos – sejam pais ou professores – demonstrarem que acreditam que o aluno ou criança é capaz de aprender e vai se sair bem. O simples fato de começar o semestre já tendo um professor particular contratado, mesmo que sua intenção como responsável seja a melhor possível, já transmite a mensagem de expectativa de fracasso por parte de seu filho.
Além de ajudar no desempenho dele você vai colaborar para que ele cresça confiando em si próprio e com a consciência de que você é o parceiro mais confiável que ele tem para buscar caminhos de superação, sempre que um novo desafio surgir.
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