Reta final das férias de julho: hora de garantir um segundo semestre tranquilo.

O segundo semestre tem a tendência de ser mais cansativo e desafiador para toda a família. A retomada das aulas já não tem aquela curiosidade e expectativa que os alunos viveram no início do ano letivo. Para os estudantes mais velhos, já existe a pressão por recuperar notas que não foram boas até o final de junho. E para as crianças menores, há todo um novo processo de adaptação na escola e de enfrentar novamente a separação dos pais por um período, ou ao longo de todo o dia, para aqueles que ficam em período integral na escola. 

Para os adultos responsáveis, é aberta a temporada de cobrança por decisões que vão impactar a família toda ao longo dos próximos anos: as escolas começam a enviar comunicado de rematrícula. E vêm as dúvidas infinitas, como mudar ou manter o filho/a na mesma escola, trocar ou não o período, receio de financeiramente não dar conta das parcelas, seja qual for o novo valor. Enquanto tudo isso é processado sem pistas sobre as consequências de cada decisão, lá se vão os meses de julho e agosto, deixando a sensação de que há pouco tempo para fazer tantas escolhas. E aí vem aquela ansiedade, que insiste em falar baixinho: primeiro seu filho “passar de ano”. 

Nesse vendaval de escolhas a serem feitas, esquecemos de garantir o mais importante: que possamos ajudar nossos filhos a voltar para a escola sem receio da separação, com a alegria de quem vai reencontrar amigos, professores, equipe de diversos setores da escola. Retomar dias com mais estrutura, com horários e responsabilidades a serem cumpridas não é algo negativo. E não deveria ser tão pesado, nem assustador. Quando nós, adultos responsáveis decidimos respirar fundo, separar as decisões a serem tomadas do retorno às aulas, conseguimos nos antecipar e reduzir as chances de estresse para todos. O segredo é começar os ajustes em casa na semana que antecede o reinício das aulas. Deixar que crianças e adolescentes sigam até o último dia das férias no mesmo ritmo faz com que o mês de agosto seja perdido em termos de aprendizagem. O volta às aulas acaba tendo aquela sensação ruim de “jet lag”, aquele mal-estar que sentimos após longas viagens, especialmente com diferença de fuso horário. Ter que adaptar horário de refeição, banho, sono e descanso de um dia para o outro deixa o sentimento de que a escola é o problema que gera todo esse mal-estar. Quando temos os cinco dias de semana, e mais um final de semana inteiro, para restabelecer a rotina que favorece o acordar descansado, com uniforme, material escolar, lanche, tudo preparado, tornamos nosso próprio tempo mais leve. E nossos filhos mais tranquilos, com energia para enxergar tudo o que há de bom em ter um lugar para onde voltar, um espaço no qual as pessoas conhecem os estudantes pelo nome, um ambiente preparado para marcar uma etapa da vida que não voltará jamais.

Vai dar tudo certo. Vai ficar tudo bem. Você vai conseguir tomar as melhores decisões se estiver com a rotina em casa ajustada e com seu filho voltando para a escola com o potencial pleno de aprendizagem que só a segurança encontrada no olhar e tom de voz dos adultos responsáveis pode gerar. Comece hoje, um ajuste de cada vez. E colha os frutos ao longo de todo o segundo semestre letivo.

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