“Calce seu tênis, pegue a blusa que está em cima da cama e o lanche que está na mesa. Não esquece de apagar a luz quando sair do quarto.”
Se logo depois de dizer tudo isso, você fica muito brava por ver seu filho entrando no carro sem a blusa e sem o lanche e ainda volta e encontra a luz acesa, está na hora de entender que ele não fez isso para provocar você e nem para te deixar com a sensação de estar falando com as paredes.
Um estudo publicado no Journal of Cognitive Neuroscience (Periódico de Neurociência Cognitiva) revelou que a memória operacional de crianças entre 5 e 9 anos de idade não consegue armazenar processos que envolvem vários passos, especialmente quando ouvem de uma só vez todas as instruções.
Se a situação se repete com frequência, além do seu estresse, enormes são as chances de que seu filho fique com a auto estima prejudicada, já que acaba concluindo que ele tem um problema por não conseguir executar o que os pais esperavam.
Há algumas maneiras de ajudar para que seu filho aprende a exercitar a memória operacional que ainda está em desenvolvimento e para que ele sinta-se capaz e confiante:
Passe instruções uma a uma, separadamente;
Quando não for possível pedir uma coisa de cada vez, deixe uma listinha para que ele confira cada item, no caso de já ser alfabetizado.
Se ainda não souber ler, a lista pode conter desenho ou figuras recortadas de revistas. Ele vai adorar conferir a lista conforme executa as tarefas;
Ao passar as instruções do que precisa que ele faça, peça que ele explique para você o que vai fazer, descrevendo os passos que seguirá.
Muitas vezes a criança acaba sendo rotulada como desatenta ou distraída, quando está somente passando por uma das etapas de desenvolvimento perfeitamente condizente com sua idade. O grande problema é que o rótulo colocado nessa fase o fará acreditar que tem algum problema com o qual terá que conviver pelo resto de sua vida – tudo o que nós mães não queremos para nossos filhos!
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