Se você parar agora e fizer uma pequena lista dos momentos que vêm à sua mente quando você tenta se lembrar das suas férias escolares do meio do ano, o que essa lista vai conter?
E se você enviar essa lista no grupo de Whastsapp da família, pedindo que seus irmãos, irmãs e primos adicionem aquilo que eles lembrarem. Sugiro que você faça esse exercício. Primeiro, porque recordar é viver. E o simples fato de poder despertar na sua mente e na de seus familiares as doces, e também as amargas, lembranças de momentos que ficaram esquecidos, mas que voltam com toda a emoção que ficou guardada por tantos anos, vai tornar mais leve sua noite, seu final de semana.
E, além disso, depois de ter a lista já incluindo a participação de quem compartilhou sua infância e adolescência, olhe para ela e pense: o que seu filho, os primos, os amigos vão escrever nessa lista quando tiverem a idade que você tem hoje?
Se parecer que a lista dele/a terá somente atividades relacionadas ao tempo que tem passado nas telas: joguei videogame, assisti muitos vídeos, gravei muitas dancinhas e postei, mandei e recebi mensagens de amigos por algum aplicativo, está aí o sinal vermelho para você voltar para o presente e agir.
A vida no mundo digital não gera memórias. Somente vagas lembranças, sem marcos emocionais, exceto a dor de sentir-se menos do que alguém que postou uma foto do único momento instagramável do dia. Ou até uma montagem, sem relação alguma com a realidade. Existem ainda as postagens de lugares lindos, caros, inacessíveis para a realidade da maior parte dos meros mortais, mas que em nada refletem o quanto a pessoa que postou está de fato feliz. Ou talvez esteja, mas a comparação automática que seu filho faz entre o dia dele/a e o daqueles desconhecidos que estão postando vão, aos poucos, tirando dele qualquer energia para buscar a própria diversão ou momentos de alegria. Ao contrário, as férias vividas no mundo digital geram altíssimo grau de ansiedade, angústia, um buraco imenso que preenchíamos com as conexões ao vivo, olho no olho, mão na bola, pés no chão, risos e lágrimas compartilhados em aventuras que fizeram de nós as pessoas capazes de lidar com tantos desafios que a vida trouxe. E seguirá trazendo.
Se parece uma missão impossível, porque somente seu filho, ou sua filha, ficará fora das telas e, assim, estará ainda mais solitária, está na hora de você começar o movimento que tantas mães e pais gostariam de ver acontecendo: quem vai chamar minha filha para brincar? O que meu filho vai fazer o dia todo se não ficar no vídeo game? Essa dor, de cada vez mais ter informação sobre o quanto a falta de equilíbrio no tempo de tela gera de prejuízos para a saúde emocional e cognitiva do seu filho não é só sua. O que parece um beco sem saída, em que você não encontra outra alternativa, a não ser permitir, ou fazer de conta que não percebe o quanto as crianças e adolescentes estão excedendo o que poderia ser considerado aceitável em termos de acesso ao mundo digital, é também a dor de outros pais, outras mães.
Precisamos começar a usar os recursos digitais que estão ao nosso alcance para salvar o presente e o futuro de nossos filhos. É hora de chamar outras mães no Whatsapp e formar parcerias que alivie o peso enorme que cada uma está carregando sozinha. Há um batalhão de pessoas trabalhando dia e noite para programar aplicativos de forma que consigam manter seu filho preso ao mundo digital cada vez por mais tempo. Seria cruel e ilusório achar que individualmente vamos dar conta de vencer essa armadilha.
Lembre-se de que você está plantando e ajudando a regar a lista de memórias que seu filho conseguirá escrever no futuro sobre as férias que mais marcaram. E antes de virar lista, tudo o que estiver ali armazenado terá sido base para tantos momentos de superação que ele vai construir.
No pior dos casos, ainda que essa lista tenha muitas vezes itens como: fiquei entediado, tentei convencer minha mãe de que não ter o que fazer é chato, precisei arrumar o que fazer porque meus pais não me deixaram jogar pelo tempo que eu queria. Ainda assim, essas serão lembranças que envolvem pessoas reais, relação em família, sentimento de ser cuidado, de ter sido importante para alguém, de não precisar se comparar o tempo todo. Ainda assim, essas memórias vão preencher o enorme espaço vazio que a vida no mundo digital deixa no cérebro, na mente, no coração, na alma. Conheça a plataforma SOS Família-Escola. Clique Aqui.
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