Pesquisas recentes comprovaram que todos nós conseguimos assimilar melhor um conteúdo quando há sincronia entre aquele que está apresentando um tópico e as pessoas que estão ouvindo.
Essa sincronia depende da conexão estabelecida entre os envolvidos em interações que antecedem a apresentação do conteúdo, seja ela no formato que vier.
Tais estudos trazem a comprovação do enorme valor que existe no investimento de tempo para que professor e seus alunos possam desenvolver um sentimento de vínculo entre eles. Eis um caminho eficaz para ajudar nossas crianças e adolescentes na retomada da capacidade plena de aprendizagem. Sabemos, porém, que não é tão simples assim a transposição da teoria para a prática, quando há tantos obstáculos a serem superados para que professores e alunos tenham a sincronia que favorece o aprendizado. Saúde mental dos profissionais de educação, sobrecarga de trabalho, número de alunos por turma, falta de estrutura física na escola, lacunas na formação dos profissionais da educação, apenas para citar alguns dos empecilhos que interferem de modo negativo na sincronia almejada entre mestres e estudantes.
Além das questões que precisam ser resolvidas no âmbito da escola, há um outro fator que precisa caminhar em paralelo àqueles de responsabilidade da escola: o dia a dia de cada estudante com sua família. Estudos comprovam que para criar vínculo com o professor, as crianças precisam primeiro desenvolver uma relação de confiança e sincronia com os adultos responsáveis na família. Caso contrário, não terão a base necessária para a sincronia com o professor e com outros adultos.
Mais uma vez, a ciência trazendo dados que confirmam a importância do tempo em família, sem interferência de telas, para que relações de vínculo sejam construídas com pai, mãe, avós, cuidadores. E ratificando o papel fundamental da parceria família-escola.
Tanto em casa, quanto na escola, precisamos colocar a conexão entre os adultos e nossas crianças e adolescentes no topo da lista de prioridades. Eis mais um estímulo para nos ajudar a perseverar na busca por rotinas que favoreçam o equilíbrio no tempo de telas e combinados que garantam oportunidades para reforçar o vínculo e a relação de confiança e respeito que precisamos construir com nossos filhos e nossos alunos diariamente.
Referências
Stephens, G. J., Silbert, L. J., & Hasson, U. (2010). Speaker-listener neural coupling underlies successful communication. Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America, 107(32), 14425–14430. https://doi.org/10.1073/pnas.1008662107
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Ackerman, J. M., & Bargh, J. A. (2010). Two to tango: Automatic social coordination and the role of felt effort. In B. Bruya (Ed.), Effortless attention: A new perspective in the cognitive science of attention and action (pp. 335–371). Boston Review. https://doi.org/10.7551/mitpress/9780262013840.003.0015
Weber, A. M., Harrison, T. M., & Steward, D. K. (2012). Schore's regulation theory: maternal-infant interaction in the NICU as a mechanism for reducing the effects of allostatic load on neurodevelopment in premature infants. Biological research for nursing, 14(4), 375–386. https://doi.org/10.1177/1099800412453760
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