Se tem um ponto em que os pais, e adultos responsáveis, arrasam na educação hoje em dia é na predisposição a ouvir seus filhos, seja qual for a idade da criança ou adolescente.
Ainda precisamos melhorar muito em relação ao próximo passo, aquele que precisa ser dado após o ouvir, ah, e claro, também, em alguns casos, no estar de corpo e alma ali, de fato prestando atenção ao que nossos filhos estão tentando dizer. Em relação ao que vem depois é o aspecto em que ainda estamos patinando. E muitas vezes falhando com aqueles que continuam a depender de nossas escolhas para que possam ter um desenvolvimento saudável.
Vem dessa oportunidade que as crianças têm hoje de se expressar, questionar, participar das decisões essa aparente “maior inteligência”, como alguns avós costumam comentar. Quem já não ouviu um avô ou avó dizer que as crianças de hoje em dia são mais espertas, que antigamente não era assim?
Quanto mais estimulamos nossas crianças, desde quando ainda estão aconchegadas ainda no ventre da mãe, com músicas, conversas, carinho no tom de voz, no olhar, no toque, mais elas se desenvolvem e conseguem também encontrar diversas maneiras para se expressar. Isso não quer dizer, contudo, que elas estejam prontas para tomar decisões que requerem maturidade e experiência que elas só terão conforme forem experimentando e explorando o mundo, ao longo da infância e adolescência. O cérebro de um ser humano só chega ao ponto do desenvolvimento pleno, com todas as suas áreas formadas e conectadas, por volta dos 25 anos de idade. Sim, mais tarde do que jamais se imaginou. Até que o cérebro esteja totalmente desenvolvido, as decisões que envolvem razão, pensamento crítico, análise de riscos serão sempre tomadas sem a plena capacidade de avaliação de todos os fatores envolvidos. Ainda assim, passaremos o resto da vida aprendendo, errando, acertando.
A realidade é que uma criança precisa da segurança e suporte de um adulto responsável para indicar caminhos, guiar em relação à direção a seguir, deixando para a criança a tomada de decisão depois que uma seleção inicial feita pelos adultos. Deixar que a criança escolha o sabor do suco que vai beber é muito diferente de permitir que ela escolha o que deseja tomar quando as opções disponíveis envolvem também bebidas que prejudicam a saúde. Estimular para que ela decida se quer colocar o casaco vermelho ou o verde, em um dia muito frio, é diferente de consentir que ela saia só de camiseta em uma manhã fria e chuvosa. E nesse ponto é que está o desafio para os adultos responsáveis atualmente: há muita confusão entre educação respeitosa e uma educação que desconsidera os fatores do desenvolvimento infantil, tornando indispensável que os pais, ou adultos responsáveis assumam seu papel. Muitas vezes, a dificuldade está no desafio de lidar com as próprias emoções dos pais. Educar um filho envolve também ter momentos em que a criança ou adolescente vai ficar bravo, com raiva, triste. E isso vai acontecer muitas vezes, pois essas são emoções que precisam vir à tona, para que possamos aprender a lidar com elas. Quando precisamos fazer escolhas que não seriam a opção do filho, é a nós que ele/a vai dirigir esses sentimentos. Quanto mais temos consciência de que estamos cumprindo nosso papel, fazendo o melhor para nossos filhos, mais tranquilo será para lidar com momentos que virão, mas que vão passar e se transformar em vínculo, conexão, amor e respeito. Para dar conta de momentos mais tensos e difíceis na educação de nossos filhos, precisamos sempre lembrar: as crianças sabem muito bem o que elas querem, mas, quem sabe do que elas precisam somos nós, quando educamos com respeito, porém, sem renunciar à responsabilidade que é nossa, de educar filhos capazes de lidar com os desafios do mundo real, em que nada se resolve com um clique.
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