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Taís e Roberta Bento

Volta às aulas: uma atitude prejudicial de pais e professores

“Professora, preciso falar com você, mas é rapidinho!” Eis uma postura no mínimo injusta, apesar das melhores intenções!

A primeira semana de aula deveria ser aquela em que os professores têm 100% do seu tempo, energia e atenção dedicados aos alunos. É nessa fase que acontece a conexão necessária para que o ano corra tranquilo e com o aluno desenvolvendo seu potencial máximo. Sou capaz de apostar que você concorda com o primeiro parágrafo – seja você pai, mãe ou professor/a.

Na prática, contudo, todos agem de forma oposta ao que acabam de concordar. A grande maioria dos pais insiste que precisa de cinco minutinhos para explicar um detalhe importante sobre o filho para o professor. Muitas professoras ficam incomodadas ao não atender os pais que desejam falar com ela naquele momento. Ambos com a melhor das intenções, desconsideram que o foco deveria ser o aluno. Sim, a partir do momento que seu filho entra na escola, ele deveria, para seu próprio bem, ser tratado como aluno. Não é justo que aquele aluno fique na sala de aula, ansioso ou inseguro, esperando os “cinco minutinhos” de conversa que a professora vai tirar para não chatear cada um dos pais. Quando pais e professores fazem isso, por mais que no discurso coloquem que é para o bem daquela criança ou adolescente, estão prejudicando cada um deles.

Um dos maiores aprendizados que a escola traz é que seu filho é parte de um grupo. Esse aprendizado era mais tranquilo no passado, quando as famílias tinham uma rotina em que os filhos já eram educados como membro de uma sociedade. Tínhamos que dividir a atenção dos pais com os irmãos. Compartilhávamos banheiro, lugar na mesa, roupas e até mesmo canais de TV, pois todos tinham que chegar a um consenso sobre o que a família ia assistir. Hoje, as crianças crescem com a ilusão de que o mundo é adaptado para elas. Basta um clique para personalizar a tela, o game, a brincadeira. Assim, o papel da escola se tornou ainda mais importante. É ali que seu filho vai aprender que ele pode mudar o mundo, mas vai dar trabalho. Outros alunos, da mesma idade, têm a mesma necessidade, ao mesmo tempo, mas, surpresa: não há um botão para apertar e nem uma pessoa exclusivamente para atender seus desejos. E isso é simplesmente maravilhoso!

Ao tirar a  professora da sala, seja pelo tempo que for, os pais conseguem a proeza de prejudicar o próprio filho e mais todos os outros alunos. O mesmo vale para o professor. Não vamos aqui discutir as intenções. Não há dúvida alguma de que são as melhores. A coordenação da escola é o caminho, caso realmente a conversa não possa esperar para acontecer na reunião de pais ou em horário agendado com o professor. A fórmula para aliviar o coração de ambos é simples – foco no aluno. Cada aluno em sala de aula realmente acredita que vocês, pais e professores, sabem o que estão fazendo!


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