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“É pedir muito que meu filho seja o ajudante de sala ou o primeiro da fila para dar menos trabalho na adaptação?” 




Querer ser o primeiro da fila, o ajudante da sala ou escolhido para uma atividade não é problema. Então tudo bem seu filho não gostar mais da escola se esses desejos não se realizarem? Não! Aí é que mora o perigo. Muitas vezes os pais vão pedir que o professor atenda aos anseios daquele aluno para que ele se interesse em ir para a escola. Entra aqui a importância da parceria entre escola e família. Muito mais do que as letras, números ou outros conteúdos, é esse tipo de aprendizado que a escola vai trazer para seu filho: habilidades de convívio social. Mas a escola sozinha não vai poder ajudar a criança se a família entrar em confronto com a professora ou com outros pais toda vez que o filho for contrariado. 




Quando seu filho chegar contando que não pode ser o primeiro da fila, entenda como um pedido de ajuda: mãe, você pode me ajudar a conviver em grupo?”.

Quando ele disser que não quer ir para a escola porque a professora não o escolheu para uma determinada atividade, ele está pedindo: “pai, você pode me ajudar a ter segurança e auto estima o suficiente para não precisar ser o foco da atenção o tempo todo?”. E como você pode fazer isso? Trazendo jogos de tabuleiro para o dia a dia. Retomando momentos de diversão em família, apresentando o dominó e cartas de baralho para seu filho. Além de ser uma alternativa aos jogos eletrônicos, há vários elementos positivos presentes em atividades simples como essas. Família reunida ao redor de um mesmo foco, o elemento da competição em dose adequada, rodadas que não são muito longas e, especialmente, oportunidade para que crianças e adolescentes desenvolvam paciência, capacidade de concentração e aprendam a lidar com a frustração de não ganhar sempre. Sem contar as habilidades de raciocínio lógico, estratégias e formação de memórias que serão a base para o aprendizado formal, na escola. A dica para os pais é ser o exemplo:  reserve esse tempo para seu filho, sem outras distrações. Nos jogos, você ganha algumas vezes. Ele ganha outras vezes. Mas não dê tanta importância para a vitória. Demonstre estar feliz só pelo tempo que brincaram juntos. Não deixe a casa toda preparada para seu filho. Peça ajuda. Ele não precisa ser o primeiro a ser servido sempre. Invertam os papeis dentro da família de vez em quando. Participar e estar envolvido ao invés de ser sempre servido são os melhores caminhos para responder ao pedido de socorro que seu filho está mandando em forma de protesto! 


 Ir para a escola é um grande privilégio que nossos avós não tiveram. Assim como crianças e adolescentes de diversas partes do mundo ainda sofrem sem ter esse direito atendido. As palavras e postura dos pais são as duas únicas maneiras de passar a nossos filhos a mensagem sobre o quanto a escola é importante na vida deles. É normal que, depois de um mês com a rotina mais relaxada, sem pressão de horários e responsabilidades, os filhos reclamem para voltar à escola. O papel dos pais nesse momento é fundamental para que essa postura de preguiça totalmente compreensível e normal não se transforme em estresse, comportamento agressivo e baixo desempenho na escola. Na correria do dia a dia, acúmulo de funções e pressão emocional ou financeira, os pais acabam esperando que a escola traga solução para desafios que precisam ser vencidos em equipe: família e escola juntos! Nesse momento, a bola ainda está no campo da família: é dentro de casa que se forma o respeito que nossas crianças e adolescentes têm pela escola e professores, assim como a responsabilidade pela aprendizagem. A partir desta semana, é hora de retomar com toda energia a parceria com a escola, com a consciência de que quanto mais harmonia houver, mais seu filho se beneficia. E sua parte, como responsável, começa nas palavras que usa, na forma como se expressa e na postura que assume quando o assunto é a escola. Vamos juntos nesse desafio de fazer um ótimo recomeço para garantir um final feliz logo ali no final do semestre! Para ler cada dica inteira é só clicar nas imagens:

  1. Lembra de como você falava para o seu filho sobre os planos para as férias? Então, é essa mesma energia que seu filho precisa sentir quando você comenta sobre o volta às aulas! Clique aqui ou na imagem para ler mais sobre esse dica.


2. Não trate o retorno para a escola com se fosse uma negociação. É só uma responsabilidade que precisa ser cumprida, para o bem de todos! Clique aqui ou na imagem para ler mais sobre esse dica.

As férias de julho têm características que tornam o retorno um pouco mais sofrido. O tempo frio já traz aquele prazer ainda maior de dormir até mais tarde. Já não há aquela expectativa em relação às novidades que o início do ano letivo trazem. Predomina a sensação de “já sei exatamente o que me aguarda e prefiro mesmo a boa vida aqui em casa onde tudo cai pronto na minha mão!”. Não deu nem tempo de sentir aquela saudade que o distanciamento proporciona e já é hora de voltar. Por esses motivos e mais algum excesso de privilégio sem os deveres correspondentes que nossos filhos têm hoje, voltar para a escola se tornou uma tortura ainda maior. E não só para os alunos, mas para a família toda! Os pais começam a tentar convencer os filhos mesmo antes de que as crianças se deem conta de que está chegando a hora de voltar. O discurso dos pais será sempre tentativa mal sucedida de vencer pela lógica aqueles que facinho, facinho nos vencem pela emoção e pelo cansaço. Há uma forma de tornar menos sofrida essa fase: parar de tentar negociar o que é inegociável. Discutir por longos períodos com os filhos e tentar contestar os argumentos que eles trazem passa a mensagem de que há alguma possibilidade de negociação para a situação. E quanto mais os pais entram nesse jogo, mais soa como se fosse uma disputa em que um dos lados sairá vencedor. O melhor caminho é não discutir. Ouvir sim. Demonstrar que entendeu o que o filho está colocando, sim. Retrucar, ficar bravo ou triste e achar que tem que convencer seu filho é só gasto inútil de energia boa. Use sua carga de bateria para brincar, correr, jogar, conversar com seu filhos sobre outros assuntos. O retorno às aulas já está resolvido, não há o que negociar!

3. Uma frase para deletar nessa época de volta às aulas: “Acabou a moleza. Hora de voltar para a escola.” Clique aqui ou na imagem para ler mais sobre esse dica.


4. Hoje é dia de comemorar junto com os filhos o início de uma nova etapa. E adivinha quem é o homenageado da noite? Clique aqui ou na imagem para ler mais sobre esse dica.


Vivemos a era da abundância, mas nossos filhos precisam de situações de escassez para desenvolver habilidades que são essenciais para enfrentar os desafios da vida real.

Pesquisas mostram que o número de pertences que temos hoje dentro de casa é imensamente maior do que nossos pais ou avós tinham. Se temos que ser gratos pelos benefícios que toda essa abundância traz, é preciso também lembrar que a escassez nos faz desenvolver diversas habilidades essenciais para lidar com desafios que a vida continuará a trazer. Uma criança que tem sempre todos os recursos à mão acaba crescendo sem ter a chance de buscar dentro de si opções para mudar para melhor a realidade em que vive. 

Muitas das questões relacionadas à baixa auto estima que eclodem conforme o aluno avança nas séries escolares poderiam ser prevenidas se, em casa, a criança tivesse enfrentado situações de escassez controlada. O “controlada” se refere tanto à necessidade de simular a falta de algum recurso para que seu filho possa colocar em ação o potencial que tem para buscar soluções e melhorar o ambiente em que está inserido.

O grande desafio dos pais é controlar a própria necessidade de se antecipar aos desejos dos filhos. Se atender de imediato a todos os pedidos já impede que seu filho tente resolver um desafio, antecipar-se a eles é ainda mais prejudicial, ainda que a intenção seja a melhor possível. A dica para ajudar você, pai/mãe, a controlar a vontade que tem de garantir que seu filho tenha tudo sempre à mão é tirar o foco de você mesmo e colocar nele.

Quando entregamos tudo sempre pronto, o foco está em nós: na necessidade de sermos ótimos pais, de não deixar que nossos filhos passem vontade que nós tivemos durante a infância. Foram os momentos de escassez, porém, que geraram em você a lembrança da sensação boa que foi conquistar aquele objeto do desejo. Hábitos que parecem tão difíceis de serem criados carecem da escassez de algum recurso para que possam ser vistos de forma diferente. A leitura, por exemplo. Que tal criar momentos de escassez dos estímulos da tecnologia duas vezes por semana, no período de trinta minutos? E nesse período deixar uma abundância de recursos para leitura disponíveis: revistas em quadrinho, livros, cadernos, folhetos. Que tal gerar a escassez de brinquedos em uma tarde do final de semana e oferecer abundância de natureza? Um passeio ao ar livre em família, só vocês, sem que ninguém leve nada consigo é o caminho para esse equilíbrio. Para filhos mais velhos, a escassez de respostas prontas pode fazer milagres na forma como enxergam os estudos e o esforço necessário para aprender. Troque o cenário sempre preparado para o jantar, o banho, o lanche pela mesa que precisa ser arrumada, pela roupa que precisa ainda ser guardada, pelo café que precisa ser preparado e veja seu filho amadurecer mais seguro, descobrindo-se mais capaz do que ele mesmo jamais imaginou! Só não economize no reconhecimento e no carinho que seu filho precisa para crescer seguro e pronto a enfrentar os desafios que vierem!

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