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Uma criança que tem sempre todos os recursos à mão acaba crescendo sem ter a chance de buscar dentro de si opções para mudar para melhor a realidade em que vive. O grande desafio para os pais é controlar a própria necessidade de se antecipar aos desejos dos filhos. Quando entregamos tudo sempre pronto, o foco está em nós: na necessidade de sermos ótimos pais, de não deixar que nossos filhos passem vontade que nós tivemos durante a infância. Foram os momentos de escassez, porém, que geraram em você a lembrança da sensação boa que foi conquistar aquele objeto do desejo.

Hábitos que parecem tão difíceis de serem criados carecem da escassez de algum recurso para que possam ser vistos de forma diferente. A leitura, por exemplo. Que tal criar momentos de escassez dos estímulos da tecnologia duas vezes por semana, no período de trinta minutos? E nesse período deixar uma abundância de recursos para leitura disponíveis: revistas em quadrinho, livros, cadernos, folhetos.

Que tal gerar a escassez de brinquedos em uma tarde do final de semana e oferecer abundância de natureza? Um passeio ao ar livre em família, só vocês, sem que ninguém leve nada consigo é o caminho para esse equilíbrio. Para filhos mais velhos, a escassez de respostas prontas pode fazer milagres na forma como enxergam os estudos e o esforço necessário para aprender. Troque o cenário sempre preparado para o jantar,  banho ou lanche pela mesa que precisa ser arrumada, pela roupa que precisa ainda ser guardada, pelo café que precisa ser preparado e veja seu filho amadurecer mais seguro,  descobrindo-se mais capaz do que ele mesmo jamais imaginou! Só não economize no reconhecimento e no carinho que seu filho precisa para descobrir o quanto é capaz de enfrentar os desafios que vierem!


Cada vez mais nossos filhos estão expostos a temas difíceis, chocantes, polêmicos, doloridos. Apesar da complexidade na abordagem, é preciso que sejam os pais a fonte mais segura na qual os filhos possam buscar respostas.

Como pais, sonhamos em manter nossos filhos longe das mazelas da vida pelo maior tempo possível.  Só que esse “maior tempo possível” está cada vez mais curto. O controle sobre o quando abordar temas difíceis fica menos em nossas mãos diante da exposição que nossos filhos têm à informação que chega mais rapidamente, por diversos meios.

Por mais que você tente restringir o tempo de exposição à televisão e a programação que seu filho assiste, há diversos fatores externos correndo em paralelo, sem que você possa controlar. Informações chegam de forma simultânea durante todos os tipos de programação.  Há telas disponíveis em lojas, outdoors, pelas ruas. E os colegas nem sempre têm o mesmo tipo de restrição sobre o que podem ter acesso, seja na tv ou quando estão online. A convivência com amigos continua a ser uma forma de ouvir sobre assuntos que dentro de casa nunca chegariam.

Além disso tudo, a vida como ela é traz à tona assuntos que gostaríamos de manter fora do radar de nossos filhos pelo maior tempo possível, mas não podemos.

Morte, divórcio, bullying são alguns exemplos de temas que entram na vida de nossos filhos sem pedir autorização prévia.

O jeito é então focar nos pontos em que de fato temos controle: o quanto falar, a que ponto de profundidade chegar, como evitar que nossa insegurança torne o assunto um tabu. Especialmente quando estamos emocionalmente abalados, é preciso colocar a máscara de oxigênio primeiro  em nós, adultos.

Alguns temas podem se tornar uma simples conversa, apesar de sua complexidade, deixando a certeza de que os pais são a fonte mais segura a quem os filhos devem recorrer sempre!

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Os últimos dias foram de total pânico de pais e professores. Estariam nossas crianças correndo risco enquanto assistem aos seus desenhos e vídeos favoritos no Youtube?

A perspectiva de uma possível invasão de hackers usando a imagem de uma escultura japonesa que foi exposta em uma galeria de arte em 2016 assustou a todos, em diferentes países. E rapidamente a notícia tomou conta de todos os meios de comunicação, especialmente das redes sociais e grupos de pais no Whatsapp. O que inicialmente era um suposto boato, tornou-se rapidamente um tsunami de vídeos, imagens e depoimentos de pais cujos filhos confessam já conhecer a personagem Momo. Ainda que diversos vídeos possam ser encontrados com uma simples busca, tudo leva a crer que foram criados recentemente, a partir da disseminação do pânico pelo mundo. Nossa sugestão é focarmos no que realmente podemos tirar de bom desse grande tumulto. E nossa proposta é usar os acontecimentos como fonte de reflexão sobre que ajustes precisamos fazer na rotina da família para que, como pais, não sejamos alvos tão fáceis de hackers e histórias de terror. Não importa o quanto sejam verdadeiras. Importa sim o quanto sentimos que estamos oferecendo a nossos filhos a proteção e segurança de que precisam para crescerem emocionalmente saudáveis. Sim, o pânico todo é fruto de uma grande sensação de insegurança dos pais – e não de nossas crianças.

Respirem pais. Expirem. E agora pensem friamente: você realmente acha que seu filho seria capaz de continuar assistindo um vídeo sem o mínimo sinal de susto ou medo caso tivesse visto na tela uma imagem tão assustadora como a dessa Momo? Mais que isso, você acredita que está educando tão mal essa criança ao ponto de acha que ela seguiria as ordens desse monstrengo, buscando objetos cortantes para ferir a si própria e a seus familiares?

Onde foi parar aquela sua visão de um filho capaz de ter excelentes argumentos para evitar de sair do sofá até mesmo para buscar comida? Uma criança que se recusa a guardar os próprios brinquedos e tem preguiça de escovar os dentes de repente decidiria obedecer um ser estranho que surgiu no meio do seu vídeo? Não faz sentido. Você realmente acredita que seu filho não teria buscado ajuda se tivesse dado de frente com essa Momo? Tudo isso para ajudar você a tirar da cabeça a ideia de que seu filho esteve convivendo com esse ser horrendo há tempos sem que você soubesse. Agora aos fatos: depois de tanta mídia e terror entre os pais, hoje sim, ela faz parte das conversas que seu filho tem com os colegas na escola e aí mesmo, dentro de sua casa, além das imagens que inundaram toda a rede de comunicação às quais temos acesso. E o que falar com as crianças sobre isso? Nossa dica é olhar para este como você aborda os outros perigos aos quais seu filho está exposto: atravessar a rua, só de mãos dadas com um adulto. Por quê? Para um carro não atropelar você filho!

Assim mesmo, realista, mas sem sensacionalismo! Pode ficar pendurado na sacada, olhando lá embaixo? Não, porque você pode cair e quebrar o corpo todo, inclusive pode morrer com a queda. A mão no fogão aceso, pode  colocar? Não pode, porque vai queimar e isso dói muito! E pode assistir vídeo sozinho no celular ou tablete? Não pode filho, porque é perigoso para uma criança da sua idade. Você ainda precisa da companhia de um adulto para assistir junto com você e decidir o que é apropriado para sua idade. Tem negociação para atravessar a rua sozinho? Tem justificativa que convença você de que não vai escovar os dentes? Se tiver um bom argumento, você autoriza seu filho a subir na grade da sacada do seu apartamento? Então, assim também funciona com as telinhas. Elas vieram para ficar. E, da mesma forma como você não tira a rua, os carros, as cáries, a sacada da vida do seu filho, não deve tirar a tecnologia. Converse sem gerar pânico, porém não economize na firmeza sobre os perigos que existem em navegar sozinho e por lugares não autorizados por vocês pais. Vigie, monitore tempo, horários e conteúdo. Isso é sim sua responsabilidade: educar para o uso consciente e capaz de ajudar para um crescimento saudável.

Adeque as explicações de acordo com a idade e maturidade de cada filho. E já escolha agora mesmo as atividades das quais vai abrir mão para estar mais próximo, assistindo junto com seu filho a conteúdos de qualidade e conversando sobre o que estão vendo e aprendendo juntos!

Muito além do “supervisionar” o tempo e o conteúdo dos filhos na internet para evitar os efeitos negativos, acreditamos que os pais têm o poder de aproveitar o vídeo que o filho tanto gosta para criar benefícios enormes para toda a família! Mas, para isso, não basta supervisionar, é preciso se envolver!

Como isso funciona na prática? Caminhando juntos, em parceria, com doses homeopáticas de dicas que vamos trazer na série de vídeos que estreiou hoje no Canal da Charlotte Lunette 😉 O primeiro vídeo já está no ar!! Para conferir, é só clicar aqui:


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