A “segurança” que nossos filhos vêm pedindo, aos gritos, birras e atitudes de rebeldia, não tem relação com nada que possa ser visto, trancado, guardado em lugares mais altos. Essa carência não pode ser suprida com nada que possa ser comprado. Conforto é bom? Sim! Babá, roupas de marca, tênis da moda, brinquedos novos, celular e vídeo game de última geração ajudam um filho a ter seu sentimento de segurança atendido? Não!
Eis o porquê tem se tornado um ingrediente escasso dentro dos lares: não há como transmitir a segurança de que nossos filhos precisam sem que estejamos nós mesmos minimamente equilibrados. Seguimos tentando dar conta de vários leões por dia, ainda que sem as condições emocionais para lidar com os desafios mais simples. Precisamos ajustar o foco e definir prioridades, ou vamos seguir achando que os comportamentos dos nossos filhos são a causa do nosso esgotamento físico e mental, quando de fato eles são a consequência. Pior que isso, seguiremos buscando na escola as causas para comportamentos que têm sua origem no vazio que precisa ser preenchido primeiro dentro de casa, na convivência em família. E não dá para esperar. Enquanto cuidamos de nós mesmos, precisamos buscar maneiras de atender à necessidade de Segurança que nossos filhos apresentam hoje, na idade e fase que estão vivendo.
Para ter a necessidade da Segurança atendida, seu filho precisa de um ambiente familiar em que os adultos se respeitem. E no qual exista consistência na educação oferecida aos filhos. Não é pouco. Vivemos tempo de polarização, pouca empatia, nenhum respeito por opiniões divergentes e com familiares mais distantes e fechados, cada um no seu próprio mundo. Nesse mesmo contexto, muitos pais vivem os desafios de conciliar a vida com filhos após o divórcio. E no salve-se quem puder que vai aos poucos se estabelecendo, as crianças e adolescentes se vêm perdidas, totalmente inseguras sobre com quem podem contar para ajudá-las em meio ao caos.
Para os casais que se mantêm juntos, há também questões diárias a serem enfrentadas. Quando os pais brigam constantemente, trocam acusações ou, ainda pior, fazem crítica à forma como o outro se relaciona com o filho, o sentimento de insegurança domina o coração e a mente das crianças e adolescentes.
Se um dos responsáveis desautoriza o outro, ou quebra todas as regras combinadas com o filho, a vida do filho se torna uma eterna corda bamba, da qual ele está sempre prestes a cair. A sensação de insegurança se alastra para a convivência com colegas, professores e a relação a aprendizagem é afetada.
Há algumas posturas que podemos, como responsáveis, assumir e tentar manter para que nossos filhos tenham a necessidade de Segurança atendida:
- Consistência: não mudar as regras de acordo com demandas que vão surgindo no dia a dia, como trabalho, cansaço ou persistência na argumentação do filho. E não buscar desculpas para mudar combinados que já foram estabelecidos. Deixar mais tempo na tela porque teve febre ou porque o dia foi mais corrido do que o previsto não ajudam em nada.
- Coerência: cuidar para manter sua fala e sua comunicação corporal em sintonia com a mensagem que deseja passar: “mamãe fica triste” não é coerente com a mensagem de que morder não é um comportamento aceitável. Olhar nos olhos do seu filho e dizer que isso não pode de maneira alguma, com ninguém, em tom baixo e firme transmite sua segurança e ajuda seu filho também a aprender como colocar limites de forma respeitosa.
Além de agressividade, rebeldia, dificuldade na convivência social, outra forma que os filhos encontram para combater todo o prejuízo que a falta da Sensação de Segurança gera é a troca do mundo real pelo maior tempo possível de alienação no mundo digital. E nada mais desafiador do que a luta pelo resgate desse filho mais tarde, quando o que começou com falta de segurança já tiver se transformado em baixa autoestima e um vazio existencial enorme.
É este o momento para uma pausa e uma resposta sincera para você mesmo/a: será que a necessidade de Segurança do seu filho está sendo suprida aí dentro da sua casa?
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