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Contagem regressiva para o Dia dos Pais. Isso deixa você feliz ou arrasada?



Esse é o único período em que eu usaria um controle remoto para pular 8 dias da vida. Selecionaria a segunda feira pós dia dos pais e apertaria o botão hoje. E eu não faria isso pela saudade que sinto do meu pai. Ao contrário, adoro fazer homenagens para esse homem que foi o pai mais perfeito que eu poderia ter. Passo boa parte do ano lembrando dele e fazendo homenagens sempre que uma data ou um acontecimento me traz a memória de tudo o que ele fez por mim e deixou de ensinamento para o mundo.

Mas eu não sou somente filha. Eu sou mãe também. E isso muda tudo. Uma das lições que o Dia dos Pais me trouxe, depois que meu paizinho morreu, foi que no joquenpô da vida, a dor de ver um filho negligenciado pelo pai ganha do desejo em prestar uma homenagem ao próprio pai em uma data escolhida para celebrar essa figura tão importante para mim.

Minha sensação, quando penso em homenagear meu pai é a de provocação, do tipo: “olha o que eu tenho, mas você não tem”. Ou o medo de mexer em feridas que, embora ela insista em dizer que estão curadas, todas as atitudes ao longo dessa semana e do domingo dos pais, em especial, mostram o contrário.


Esse é, ao mesmo tempo mais um momento em que conto sobre meus sentimentos mais profundos para outras mães solo, pais presentes e mães que têm um parceiro ou parceira e uma confissão. Nunca falei isso para minha filha. Até porque já imagino a resposta dela: “claro que você pode fazer homenagem para o Vô no dia dos pais, não vou ficar triste por isso.”

A questão, porém, é que não é sobre ela, a filha. É sobre mim, a mãe. Essa dor de ter que lidar com a realidade pesada demais de pais que decidem seguir a vida, fingindo não ter responsabilidade alguma, seja financeira ou emocional, seja na infância, na adolescência ou na vida adulta de seus filhos, é minha.


Hoje li um post tão lindo do Beto, um amigo querido, o Pai Mala, que arrasa demais na parternidade dos seus próprios filhos, nos puxões de orelha que dá em pais pouco participativos ou ausentes e no exemplo, com suas atitudes e estudos sobre o assunto. Minha primeira reação foi: vou compartilhar. Mas no mesmo minuto pensei: não vou, porque seria mais uma maneira, além de tantos comerciais de TV, outdoors pela rua, de lembrar que está chegando a data especial em que não haverá pai para abraçar.


Mãezinhas queridas, a má notícia é que não vai passar o sentimento de culpa pelo pai que escolhemos para nossos filhos. A revolta com os tios, avós, primos que fingem não lembrar que seu filho/a existe. E nem o sonho de que um dia esse pai sinta um remorso imenso pelo abandono que nada, absolutamente nada, justifica.

E tem boa notícia? Ah, tem! Seu filho/a vai ter superpoderes que nascerão da determinação em jamais repetir o exemplo negativo que teve. Porque a dor também ensina. Em especial quando ela é compartilhada com alguém que ficou. E que nunca escondeu do filho seus medos, angústias e força para levantar a cabeça e seguir adiante.


Nossos filhos dão conta dessa situação com olhar diferente do nosso. Por aqui, a impressão é de que eu exagero, porque “o pai nem faz tanta falta assim”. A realidade, contudo, é que eu sei a diferença que os abraços, as palavras, o carinho e apoio do meu pai fizeram para mim no momento mais difícil da minha vida. Mais um “eu tive, você não teve” que para uma mãe machuca demais. E aí eu penso: “não é que superamos, apesar de quem não esteve presente?! “

Vai dar tudo certo. Vocês vão sobreviver a mais um Dia dos Pais. E vão ficar as mensagens de amor verdadeiro entre pais e filhos, as imagens de abraços que não acontecem só para a foto, que alguns se orgulham de postar nesse dia. Vão ficar as memórias de amor infinito pelos pais que, mesmo não estando mais entre nós, permanecem vivos dentro de nossos corações.


Quanto aos pais que escolheram esquecer dos filhos, o Dia dos Pais não é sobre eles.


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