Quase em desespero pelo baixo envolvimento com os estudos, pais e professores acabam por usar uma das ferramentas menos eficazes nesse caso: longos discursos sobre como o futuro será prejudicado se as notas não melhorarem. E quanto mais exaustos os adultos vão ficando, menos efeito fazem as longas conversas sobre a importância de estudar.
Conseguir um envolvimento maior de crianças e adolescentes com os estudos é desafio para ser enfrentado em parceria. Pais e escolas precisam estar unidos neste propósito.
Há duas expressões que podem ajudar seu filho a se interessar em aprender desde muito cedo:
1 – Por quê? – sim, essa pergunta que tanto atormenta sua vida nos primeiros anos de seu filho pode ser a chave para transformá-lo em um aluno interessado nos estudos. Para isso, basta que você se aproprie dela assim que ela for dispensada do repertório do seu pequeno.
A maneira mais simples de fazer isso é devolver a pergunta, demonstrando real interesse na resposta. Seu filho perguntou: “mas por quê?” e você responde com um “é mesmo, por que será? O que você acha?”
Quanto mais seu filho amadurece, mais você pode usar o “por quê?” em situações abstratas e realmente desafiadoras em termos de organização de pensamento que a resposta vai exigir. E não se preocupe se algumas vezes a resposta não vier. A maior riqueza dessa interação é colocar seu filho em uma posição mais questionadora sobre o que ele vê e vivencia. Ajudá-lo a pensar é mais importante do que conseguir de fato uma resposta.
2 – Como? – essa vai exigir uma atenção maior, pelo menos inicialmente, pois de fato não ocorre aos pais fazer essa pergunta aos filhos. A dica é aproveitar as mais diversas e simples rotinas da família para questionar seu filho sobre como funciona algum aparelho ou processo envolvido na situação que vocês estão vivenciando. Por exemplo: como o leite foi parar na caixinha, como a imagem apareceu na tv, como podemos melhorar isso (ótima para adolescente que costuma reclamar de diversas situações em casa).
Muitas escolas começam a fazer parte do movimento Maker aplicado à educação. Nessa proposta, os alunos são estimulados a observar seu entorno e criar soluções que possam melhorar o contexto em que estão inseridos. Uma criança ou adolescente que é incentivada em casa a pensar sobre como ela enxerga o mundo e como se relaciona com as pessoas ao seu redor encontra na escola aquela outra metade que completa seu prazer por buscar novos conhecimentos!
“Como?” e “por quê?” – uma mudança simples na rotina de conversa com os filhos que vai produzir um enorme efeito na aprendizagem.
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