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Taís e Roberta Bento

Esgotamento Parental, o “burnout” dos pais da era moderna



Não é só o desafio de lidar com tantos fatores que independem de nossas crenças ou vontades, como a mudança no ritmo de vida, a nova forma de estruturação das famílias e a grande influência da tecnologia no dia a dia. Além de tudo isso, mudou o padrão do que se considera ser um bom pai ou uma boa mãe. E mudou de forma muito drástica. Caso na sua cabeça já esteja passando o pensamento “não me importa o que os outros pensam”, calma que não é somente como as pessoas avaliam sua forma de educar que gera tanto estresse. É principalmente a forma como você avalia, questiona e cobra a si mesma/o em relação à maneira como está preparando seu filho para o futuro. Eis aí mais uma fonte de tortura para os pais nos dias hoje em dia. Nossos pais não estavam exatamente pensando se estávamos ou não sendo preparados para o futuro. Eles estavam nos educando para aquele momento da vida. Atualmente, na ânsia constante de querer garantir ao máximo um futuro melhor para os filhos, acabamos nos torturando o tempo todo, sem deixar espaço para o momento que estamos vivendo. E aí aquela sensação de não estar dando conta, de estar passando rápido demais, de insegurança sobre cada atitude que tomamos. E diante de tanta auto cobrança e estresse, vamos deixando nossos filhos sem o que precisam para serem simplesmente crianças hoje, adolescentes mais seguros amanhã e adultos bem resolvidos logo ali na frente.

Nossos pais tinham como foco nos ensinar a ter comportamentos adequados. Os pais hoje sonham em garantir a felicidade dos filhos em 100% do tempo.

A régua para medir se estávamos sendo bem educados por nossos pais era composta de itens que podiam ser visivelmente identificados. Cuidados com a saúde, comida à mesa, roupas e calçados, boas maneiras na convivência social, respeito aos mais velhos e responsabilidade. Em momento algum devemos subestimar o tamanho do desafio. Não existiam os valiosos recursos que temos hoje. Geladeira, máquina de lavar roupa, tv, eletrodomésticos, alimentos em ponto de preparo imediato ou já prontos. Um exemplo simples é o frango, que já compramos até cortado, mas que nossos avós e alguns pais ainda compravam vivo, para matar e limpar em casa. E mais tantos outros fatores que facilitaram nossa vida. Sem contar o número de filhos, que era maior. Só para garantir que não estamos diminuindo o tamanho do esforço que nossos pais colocaram para nos educar. O fato é que existiam menos “grilos” na cabeça dos pais em relação a como estavam se saindo. O comportamento dos filhos ali, no momento, era o indicador para saber se ajustes eram necessários. Mas lá se foi o tempo em que comportamento basta. O que é ótimo, mas é preciso equilíbrio. É maravilhoso que tenhamos ampliado nossa visão e entendido que criança também precisa ser respeitada, que não é um mini adulto. Mas jogamos fora o dever de ensinar a respeitar, ao invés de incluir o direito ao respeito que nosso filho também merece. É a ânsia em substituir, ao invés de acrescentar que está cansando tanto e tornando a educação de nossos filhos tão difícil. É a auto cobrança por fazer a parte que é de nossos filhos que está nos deixando exaustos. Ser feliz é uma busca que nossos filhos terão que empreender. A nós cabe dar as ferramentas, os recursos. Aprender sobre limites e frustrações também é recurso. E dos mais valiosos. Mas será que estamos prontos para aceitar nossos próprios limites e frustrações?

Antes de assumir a responsabilidade por educar filhos emocionalmente equilibrados e capazes de se relacionar, precisamos buscar nosso próprio equilíbrio e autoconhecimento!

O sonho dos pais é educar filhos que conheçam e tenham respeitados seus direitos. Ao mesmo tempo, temos que lidar com a carência do desenvolvimento emocional que faltou em nossa infância e adolescência. E não por desprezo de nossos pais. Não era esse o papel dos pais e não havia conhecimento do quanto nossa infância e adolescência geram de impacto no adulto em que nos tornamos. Aqui está o ponto principal ao qual precisamos ficar atentos. Nossos pais não questionavam constantemente se estavam ou não educando filhos felizes. As angústias existiam, mas o foco principal era o comportamento e não o sentimento dos filhos. Somos também fruto das lágrimas que nossas mães choraram em silêncio, da insegurança que nossos pais lutaram para esconder deles próprios. E, no meio desse turbilhão de informações a que temos acesso hoje, fica um enorme desejo, mas falta exemplo a seguir de como educar filhos plenamente felizes e satisfeitos. Focamos então em dar o que não tivemos. E trocamos de vazio ao invés de preencher as lacunas que ficavam antes abertas. Se na sua família as crianças não tinham voz, ouça mais seu filho. Se você ouviu que menino não chora, ensine que seu filho pode demonstrar sentimentos sim. Mas não tire a parte da educação que tornou você capaz de conviver, respeitar, enfrentar desafios. Não é justo tirar de seu filho uma parte da educação também tão necessária: o respeito a limites e regras de convivência social. Está aí um forte motivo de estresse no desafio de educar hoje: querer dar a nossos filhos o que nós gostaríamos de ter recebido, mas que não sabemos exatamente como balancear com o que tivemos de bom. Não se cobre tanto, mãe. Relaxa um pouquinho, pai. Permita-se um tempo para si próprio! Dá para escutar seu filho e também colocar limites a serem respeitados. E juntos vocês vão construir um lindo final feliz para essa história!

Nossos pais não questionavam a qualidade da relação que estavam desenvolvendo conosco. Exigir o cumprimento de regras não gerava remorso, só a tranquilidade de estar educando bons filhos.

A regra era: filho respeita e obedece seus pais. Quem de nós nunca ouviu “Enquanto estiver sob minha responsabilidade, vai ser o que eu gosto, no horário que eu decido, do jeito que eu quero.” Continuamos a ser responsáveis pela segurança e bem estar de nossos filhos. Somos nós, pais, que ensinamos nossos filhos a serem responsáveis e também carinhosos. Mas temos hoje a consciência de que a saúde emocional também é fundamental. E não é nada fácil identificar se estamos no caminho certo. Ao contrário da nossa infância, quando os pais conseguiam enxergar pelos nossos comportamentos adequados se estavam no caminho certo ou não, na educação voltada para o crescimento emocional saudável, não fica visível o que estamos conseguindo atingir. O desenvolvimento emocional está no caminho certo quando você consegue responder às seguintes perguntas: meu filho está se tornando confiante e seguro? Acredita em si mesmo? Sente-se amado? Sabe lidar com frustração e estresse? Conhece suas próprias limitações e pontos fortes? Todas perguntas cuja resposta é altamente complexa. Um desafio milhões de vezes maior do que avaliar comportamentos. E ainda desejamos ter uma relação de confiança com nossos filhos. Pouco desafio? Ainda mais considerando a influência de pessoas que não compartilham os mesmos valores da família, o que não acontecia antes da era da internet. Não é pouco. Não é fácil. E não é factível a menos que voltemos a nos reunir e garantir a manutenção de um ponto em que nossos antepassados arrasaram: é preciso uma vila para educar uma criança. Não tente fazer isso sozinho!

É preciso encontrar tempo para cuidar de você, pai/mãe. O esgotamento parental é uma realidade que atinge muitos pais nos dias de hoje!

Estamos vivendo com altíssimos níveis de estresse. São tantas atividades que fazemos simultaneamente que nem percebemos toda a energia desviada do que realmente importa. Vivemos tentando dar conta do urgente. Enquanto isso, o importante simplesmente passa diante de nossos olhos. Vem o susto pela rapidez com que os filhos crescem, junto com atitudes desesperadas para tentar mantê-los dependentes de nós. Enquanto isso, nossos filhos crescem sem autonomia, senso de responsabilidade, capacidade de lidar com as próprias emoções e sensação de serem amados e respeitados em suas imperfeições e diferenças. Tudo isso requer disposição e energia dos pais. Mas onde está o tempo necessário para brincar com os filhos? Para onde foi a paciência para ouvir tudo o que essa criança tem para contar quando estamos sempre com pressa? Cadê aqueles minutos sem interferência de mensagens, vídeos ou chamadas que daqui a poucos dias terão perdido totalmente a importância? Acredite, esse tempo está dentro de você, não aqui fora. Nosso dia tem as mesmas vinte e quatro horas que tinha no tempo dos nossos pais. E, apesar de não terem tido acesso a tanta informação, nossos antepassados sabiam algo que nós sequer temos ideia de como fazer: aproveitar melhor o tempo. Para uma conversa no meio da feira, uma pescaria com amigos, na leitura de uma revista de fotonovela ou batendo um bolo sem equipamento algum. Nesses momentos eles cuidavam da própria saúde mental. E reabasteciam a energia para seguir em frente, sem neuras, sem ansiedade, sem o fantasma da depressão ultrapassando todo o sistema de segurança que fazemos questão de instalar. E você, o que tem feito para evitar o burnout parental – aquela sensação de total esgotamento que poucos comentam, mas que toma conta do corpo e das emoções de tantos pais nos dias de hoje?

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