Quando perguntamos às crianças por que elas têm que estudar, a maioria reproduz o que sempre ouve dos pais ou dos adultos com os quais convive. Mas qual o problema em falar que a criança tem que estudar para passar de ano ou para ter um bom futuro?
Diversos estudos foram feitos para testar a motivação de crianças para os estudos. Nos testes foram utilizados M&M, marshmallow e diversos outros alimentos de tentação para crianças. Todos os testes comprovaram que quanto mais concreta for a meta e mais curto o prazo para cumpri-la, maior a motivação.
Se voltarmos para a tentativa de dar ao filho uma razão para estudar, vemos que os motivos que os pais colocam são exatamente o inverso do que mostra a pesquisa. Além de abstratas (o que é um bom futuro, afinal?), são metas de longuíssimo prazo: estudar hoje com o objetivo de passar de ano daqui a 10 meses é uma meta muito distante para uma criança.
O que fazer na prática?
Se você continua acreditando que “passar de ano” e “ter um bom futuro” são bons motivos para seu filho estudar, esses mesmos estudos mostraram que o mecanismo para atingir uma meta de longo prazo pode ser dividido em duas partes: motivação e autocontrole.
Ambas são essenciais juntas. Um exemplo prático é a resolução de começo de ano que muitos de nós tomamos – emagrecer. Você pode estar muito motivado para cumprir esta meta, mas a menos que tenha o autocontrole de resistir ao bolo de brigadeiro do aniversariante do mês, não vai conseguir. O mesmo se aplica para os estudos de seu filho. Não basta ele ter toda a vontade do mundo para passar de ano ou “ter um bom futuro”. Ele precisa também do autocontrole para estudar todos os dias, dormir cedo e prestar atenção na aula.
A notícia boa é que seu filho pode exercitar o autocontrole com atividades simples, como organizar o próprio quarto ou os brinquedos.
Para conseguir a motivação, porém, ele precisa ser capaz de enxergar benefícios em espaços de tempo mais curtos, ou não conseguirá conectar seus esforços aos resultados obtidos. Você pode ajudar mostrando a ele que fez a tarefa em menos tempo e com mais facilidade porque prestou atenção na aula ou porque dormiu mais cedo no dia anterior. Na semana seguinte, lembrar que conseguiu fazer uma atividade mais complexa que veio no dever de casa porque se dedicou às tarefas das semanas anteriores. Dessa forma você o ajudará a motivar-se por enxergar consequências positivas para ele próprio, advindas de atitudes simples no dia a dia da vida escolar. Conectar resultados da semana com atitudes das semanas anteriores é uma excelente maneira para ajudar seu filho a manter a motivação para os estudos.
A dica mais simples é tentar traçar com seu filho metas concretas e de curto prazo. Que tal pensar em uma meta para cada semana ao invés de pensar somente no final do ano?
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