Pai presente, um fator capaz de impactar de forma positiva as conexões cerebrais de uma criança. Filho, um ser totalmente incapaz de lutar por esse direito!
O impacto que “brincar com o pai” tem na vida de uma criança é enorme e insubstituível.
Diferenças que parecem insignificantes na forma como o pai e a mãe interagem com o bebê afetam o desenvolvimento do cérebro desde os primeiros meses de vida. Por exemplo, a mãe impacta a capacidade de envolvimento social dos filhos através das interações verbais que tem com eles. Já o pai impacta este aspecto do desenvolvimento pelas brincadeiras com envolvimento físico.
Uma criança que chega à idade escolar tendo recebido atenção da mãe e do pai tem inúmeras vantagens em relação àquela que teve um pai ausente. A partir da interação com o pai, a criança constrói a predisposição para explorar o mundo e a compreensão sobre respeito e limites, tanto no relacionamento com outras pessoas como em relação a correr riscos.
Caso isso não seja o suficiente para um pai entender que não há dinheiro que substitua o envolvimento com um filho, ainda tem mais. É na relação com o pai, durante os primeiros anos de vida, que uma criança descobre sua força física e seu poder de controlar o impacto que tem nas pessoas e no mundo que a cerca.
Ufa, é isso então? Não. Pode continuar aí paradinho que não acabou!
Na fase de alfabetização até a pré adolescência a criança passa a testar suas habilidades em ambientes sem a segurança do próprio lar. E passa a ter que lidar de forma consciente com a noção de sucesso e fracasso imposta por pessoas desconhecidas. Bate de forma mais contundente o desejo de acertar sempre, de dominar situações diferentes. Questões relacionadas à autoestima tomam proporções enormes nessa etapa da vida.
O resultado das recentes pesquisas revela que a figura do pai tem um peso gigantesco nessa fase da vida. A qualidade do envolvimento do pai com o filho durante esse período é um fator crucial para determinar se a criança vai conseguir desenvolver auto confiança e as competência necessárias para enfrentar de forma positiva os desafios da adolescência e da vida adulta. Há uma explicação para maior influência do pai nessa fase: a maior tendência em desafiar os filhos, sem tanto receio de que possam se machucar fisicamente ou se frustrar. Os filhos acabam registrando esse comportamento do pai como um incentivo à busca da independência e autonomia. O que, em geral, por parte das mães acontece de forma diametralmente oposta: é comum as lamentações porque o filho cresceu rápido demais, já não requer tanto cuidado e atenção.
É nessa faixa etária o maior impacto do pai no desenvolvimento da auto estima de um filho/a. Deixar que tomem banho sozinhos ou que se arrisquem em atividades nas quais a mãe tende a superproteger torna a relação com o pai um paraíso de oportunidades para descobrir do quanto são capazes. A sensação que os filhos têm ao realizarem tarefas ou atividades passadas pelo pai é de serem capazes de assumir responsabilidades que até então pareciam “coisa de adulto”. Um pai envolvido com a educação do filho nessa faixa de idade gera na criança um sentimento de auto controle e sucesso alcançado pelo próprio esforço. Quando a mãe tem postura semelhante, os filhos acreditam que só conseguiram porque alguém ou algum fator externo ajudou, por isso o menor impacto na auto estima e senso de auto controle. Dá para entender o tamanho do estrago que gera um pai autoritário, ausente ou negligente nessa fase da vida de um filho/a?
Se você foi um pai ausente, está liberado para encerrar a leitura por aqui e ir até o espelho mais próximo se olhar bem nos olhos e dizer você mesmo o que merece ouvir. Caso ainda tenha criança em casa, dá tempo de correr atrás do prejuízo, seja qual for a desculpa que costumava usar até hoje para não dedicar tempo ao seu filho/a. Partiu honrar a palavra que ouviu tantas vezes sem dar a ela a real importância, “PAI”?
Comments