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Rotina com os filhos no Ensino Remoto: É hora de aceitar o “bom” como suficiente e esque

Enquanto você não conseguir se livrar da referência de rotina que sua família tinha antes da quarentena, vai continuar se desgastando com a escola, com a hora da aula remota, com o tempo de tecnologia dos filhos.

É preciso aceitar o “bom” como suficiente nesse momento. Esqueça a busca pela perfeição e será mais fácil ajustar pontos da rotina que vão trazer equilíbrio e paz dentro de casa. 

Faz alguns anos que vivemos tempos de altíssima cobrança dos próprios pais/mães em relação ao tipo de parentalidade que exercem. Mesmo antes da gravidez, os planos incluem perfeição em todas as fases do filho. E apesar da busca pela perfeição, os pais sempre acham que não estão fazendo o suficiente.

O mesmo acontece em relação à escola. A pesquisa começa bem antes. Primeiro o boca a boca. Depois visitas em escolas e inúmeras perguntas para tentar garantir a escolha correta. Ainda assim, depois que os filhos se tornam alunos, termina a fase do namoro e vem a longa jornada em estado de alerta, sempre tentando antecipar qualquer falha da escola. Ou partir para a investigação quando há qualquer fala dos filhos que possa denotar desagrado. Assim seguiam as famílias, até que fomos pegos de surpresa, com os filhos em casa, em tempo integral.

Além do grande peso que esses meses de fato trouxeram, somos vítimas de nossa própria autocobrança pela perfeição. Não é de surpreender que, especialmente as mães, estejam no limite da sua energia e equilíbrio emocional. O grande problema é correr para o extremo contrário, quando aquilo que desejamos não é factível. Ao descobrir a imperfeição dos filhos como alunos e da escola, porque é feita de pessoas, reagimos com atitudes que acabam por prejudicar tanto nossos filhos quanto a nós mesmos.

É hora de esquecer toda a perfeição que sonhamos poder oferecer a nossos filhos.

Até porque, eles só querem pais de verdade, não família margarina, que parece bonita na tela, mas derrete rapidinho a qualquer alteração de temperatura.

A rotina secreta das famílias está mais exposta do que nunca. Tanto a escola do seu filho como seus colegas de trabalho agora conhecem os desafios que você enfrenta na educação do seu filho. É hora de respirar aliviada por não precisar mais parecer a família do comercial de margarina!

É hora de se livrar daquela tradição que trouxemos dos nossos antepassados que não acrescenta em nada: a necessidade de passar uma boa impressão. Até porque, mesmo que você tenha conseguido dar aquela enganadinha, depois de seis meses com aulas e reuniões online, sua realidade já foi exposta.

O melhor é aproveitar para aceitar que ter uma família perfeita é impossível. E parecer uma família perfeita é extenuante! Pode até ser possível manter uma calma extrema durante os momentos em que nossos filhos aprontam fora de casa. É mais fácil dizer um “não filho, subir aí não pode” com um sorriso no rosto, mesmo que o sangue esteja fervendo por dentro, quando sabemos que teremos tempo depois, em casa, para perder a calma. E mais tempo para o remorso do que julgamos excesso no dia seguinte, quando o filho vai para a escola, ou quando saímos para o trabalho. No entanto, quando todos esses momentos acontecem no mesmo cenário, por meses e meses, não dá mais para seguir representando a Monja da calma.

A professora ouviu sim seu grito. Seus colegas que aguardavam na reunião viram sim você ficar muito brava com seu filho que entrou gritando no seu quarto durante a reunião de trabalho. E sabe o que eles acharam disso? Que você é uma pessoa como qualquer um deles! Está na hora de mudar só aquilo que incomoda muito você mesma.

Se acha que está perdendo a paciência com muita frequência ou exagerando no tom da voz na hora de impor limites, precisa mudar sim. Mas se está preocupada com o que estão pensando sobre sua família, pode relaxar. Se alguém está com tempo em julgar outras famílias, essa pessoa está com sérios problemas e precisa procurar ajuda. 

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