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Taís e Roberta Bento

5 dicas sobre filhos e o uso da tecnologia.


1. Não é exatamente o tempo que seu filho passa no computador, videogame, tv ou celular que prejudica os estudos e uma convivência social saudável. Os problemas são gerados pelo que seu filho deixa de fazer quando a tecnologia ocupa todo o tempo disponível. Para garantir que o uso da tecnologia não prejudique os estudos, ajude seu filho a criar uma rotina que inclua quatro elementos: 1 – atividade física frequente, 2 – no mínimo entre 8 e 10 horas de sono durante a noite, 3 – uma responsabilidade compartilhada na rotina da família e 4 – tempo para tarefa ou estudo todos os dias depois da aula. Todos esses elementos incluídos na rotina semanal? Sem problema quanto ao tempo que seu filho estará usando a tecnologia, no caso de pré adolescentes e adolescentes! Para crianças menores, tempo para brincadeira é essencial e a tecnologia deve ser reduzida ao mínimo possível. Com uma rotina incluindo essas atividades, o equilíbrio no uso da tecnologia torna-se uma consequência e não há risco algum para a convivência social ou para a relação com os estudos.

2. Com tantos canais e conteúdos diferentes disponíveis no mundo digital, é normal que nossos filhos acabem por ter acesso frequente a assuntos, linguagem e abordagem que não fazem parte da cultura dos pais. Criticar e demonstrar julgamento negativo sem antes tentar conhecer melhor o que seu filho anda assistindo só prejudica a relação dentro da família e abre espaço para que seu filho se distancie do que você acredita. Para se aproximar do seu filho, procure conhecer os canais dos quais ele gosta. Sem demonstrar reprovação, tente fazer o esforço de realmente tentar entender o que o atrai naquele conteúdo e que mensagem a relação tão forte dele com um tipo de conteúdo pode trazer para você. Depois de conhecer, é o momento de puxar assunto e criar oportunidades de conversa na qual seu filho estará interessado. Pronto, está aberto o canal para que você possa falar do que gosta e apresentar seus ídolos, gurus ou assuntos de interesse. Sim, você precisa ir buscar seu filho onde ele está, ou ele encontrará no mundo online quem o “ouça” e entenda como gostaria que você fizesse! Essa relação mais próxima que você desenvolve com seu filho ao se abrir para conhecer o mundo dele será um dos elementos essenciais para construir a estrada firme e pavimentada para que ele possa ter uma relação mais tranquila e produtiva com os estudos e com a aprendizagem ao longo da vida.

3. A tendência dos pais é potencializar ainda mais as situações de estresse geradas pelo excesso de tempo que os filhos passam online. Isso porque, no desespero de tirar a criança ou adolescente da telinha que consome toda a atenção, acabam por colocar o foco no ponto equivocado. O grande objetivo não é que seu filho simplesmente se desconecte. É necessário que eles saibam o que fazer ao se desligarem de um mundo que já vem tomando grande parte do dia e da vida de todos. Além disso, ao ouvir os pais criticando o videogame ou a internet, a mensagem que fica para o filho também não ajuda.  A conclusão dos filhos é sempre que os pais não entendem o quão interessante ou atraente o mundo digital pode ser. Para acabar com todo o estresse e ajudar seu filho a ter uma vida equilibrada, comece a chamá-lo já determinando a atividade que ele tem a cumprir. Pode ser em forma de convite: “Vamos comigo no supermercado?”, desde que você tenha a firmeza para conduzir a situação de forma que a única opção seja o “sim, vamos”. Você precisará também não se importar tanto que seu filho acompanhe você mesmo que contrariado a princípio. Pense que é melhor ele fazendo outras atividades de cara feia do que feliz, mas imerso em uma rotina sem equilíbrio. Outra opção é já dar a ordem mesmo: “Mais 5 minutos e desliga que vamos visitar sua avó.” Simples assim, para o bem da família e como forma de garantir que ele vai conseguir se dedicar aos estudos sem sofrimento de deixar de lado o mundo virtual por alguns períodos.

4. Um dos motivos para o baixo desempenho escolar e falta de interesse pelos estudos é a baixa auto estima. Quanto mais nossos filhos estão expostos à realidades virtuais, seja pela TV ou redes sociais, mais imaginam que a vida de outras crianças ou adolescentes é sempre melhor do que a que eles têm. A briga constante dentro de casa para que se desconectem só aumenta a distância entre gerações e diminui a relação de confiança entre pais e filhos. Assim como o próprio veneno do animal é usado como fonte para a vacina que cura a picada, a própria tecnologia pode ser a fonte de aproximação entre você e seu filho e para melhorar a auto estima que está em níveis tão baixos. Peça explicação. Mostre seu lado frágil em relação ao uso da tecnologia. Deixe que o desconforto em relação a algumas ferramentas ou canais seja o elo que mostra a seu filho o quanto você confia nele e acredita que ele tem muito a acrescentar em sua vida. Quando enxerga você assim, seu filho baixa a guarda e o caminho para que vocês fiquem mais próximos está aberto. A auto estima melhora muito e o reflexo vem no envolvimento com os estudos e no desempenho escolar!

5. Embora nossos filhos tenham nascido na era digital e tenham total segurança no uso da tecnologia, geralmente não enxergam ali um grande aliado no momento da aprendizagem. E nós, pais, acabamos por perder grandes oportunidades para mudar essa visão. Muitos pais relatam desconforto na hora de ajudar na tarefa escolar ou na hora do estudo para provas por não saberem o conteúdo que o filho está aprendendo na escola. Há também muitos casos de pais que partem desesperados em busca de livros, apostilas onde possam encontrar o conteúdo no qual o filho está com dúvida. Enquanto isso, ali, bem pertinho, está um mundo repleto de simulações, vídeo aulas, ou mesmo outros alunos que já tiveram a mesma dúvida. Incentive seu filho a mandar uma mensagem para um amigo perguntando como resolveu aquela atividade. Ou procure junto com ele uma vídeo aula abordando o assunto. A dica é deixar por último a atividade que vai requerer um socorro do mundo online, para garantir que o foco será mesmo só na atividade em que a dúvida apareceu e que terão todo o tempo para buscar explicações e não respostas prontas. Além de acrescentar ao seu filho uma nova visão sobre o uso da tecnologia, esses momentos servirão como oportunidades ricas de aproximação entre pais e filhos!


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